17º Cultura Inglesa Festival – São Paulo, SP

Nova edição do festival foi marcado por muita simpatia por parte de Kate Nash e The Magic Numbers e por uma organização exemplar, se comparada com a edição do ano passado

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz
Nota: 3.5

Mais uma boa edição do Festival Cultura Inglesa aconteceu neste fim de semana, na cidade de São Paulo. Mudando de local e aumentando o nível de organização, nenhum dos problemas vistos na edição anterior pode ser notado nesta e tudo transcorreu sem nenhum aparente revés para o público que se amontoou no Espaço das Américas para apreciar as atrações da Terra da Rainha.

O dia começou cedo, com três bandas ainda bem desconhecidas do público brasileiro: Stay Johnny, Mind The Gap e The Dark Jones. Mas a festa começou mesmo com o divertido show Bonde do Rolê recriando (ao seu modo) músicas do The Cure. O descontentamento estava visivelmente estampado na cara de alguns fãs mais fervorosos de Robert Smith e companhia, mas a grande maioria do público parecia se divertir e dançar com as versões descompromissadas e sem nenhum intuito de se manter fiéis às originais – essas faixas foram reconstruídas em cima de batidas do Funk, Trap e Dubstep. Se o tom da música era descompromissado, o protesto não era e em meio à James Bond a banda levantou uma faixa dizendo: “Say No To Gay Cure”.

O próximo show a tomar conta do palco seria o co-headliner da noite, The Magic Numbers. O quarteto mostrou um bom repertório e o direcionou ao festival, escolhendo faixas mais agitadinhas – é claro que as belas baladas Romeo Stodar e sua turma não poderiam faltar também. Entres velhas conhecidas (This is a Song, Take a Chance, Forever Lost, Loves’s a Game, I See You, You See Me, The End, Runnin’ Out e Love Me Like You), houve também epsaço para uma faixa em primeira mão: Shot In The Dark.

Ao vivo, as faixas funcionavam muito bem e ganhavam mais peso que no disco – ainda assim muita da fofura e doçura vistas nessas versões de estúdio continuavam presentes. Conduzindo a apresentação com muito carisma e eventuais “Obrigado, São Paulo”, em um tentativa de falar português, o show conquistou grande parte do público que aplaudia e reagia a cada final e começo de música. Com uma surpresa ao fim a apresentação, o quarteto fez uma homenagem ao nosso país e chamou ao palco Marcelo Jeneci para cantar You Don’t Know Me, de Caetano Veloso, e dar um clima de baião ao fim de seu show.

O show mais aguardado da noite aconteceria com um pequeno atraso, mas nada que justificasse algum tipo de reclamação. Kate Nash subiu ao palco com um clipe em que fazia caras e bocas e dublava You Don’t Own Me, de Lesley Gore – faixa que daria a tônica da apresentação e da nova fase da jovem cantora inglesa. Com uma bandeira do Brasil amarrada em suas costas, o moça começou o show com o tom furioso de seu novo disco, Girl Talk. Em meio a muitos gritos, um baixo estourado, guitarras cheias de fuzz e uma bateria pulsante Kate mostrou ao público se distanciar daquela doce jovem que desembarcou no país há alguns anos.

Sister e Death Proof, ambas as faixas deste novo álbum, abriram a apresentação que seguiria nesse clima “furioso”, mesmo com as canções de seus antigos discos (caso de Take Me To A Higher Plane, Mariella e Dickhead). Ainda assim não faltaram as fofuras de Kate Nash: seus discursos entre uma faixa e outra, suas inúmeras decidas do palco, ela constantemente dizendo o quanto amava nosso país e, é claro, seu maior hit Foundations. Mesmo com esse conflito de atitudes, o Punk e o fofo, o show seguiu muito bem e conquistou o público com uma exemplar simpatia.

O show de Kate não poderia acabar sem antes a moça apresentar o caótico cover de FIDLAR (Cocaine), encher o palco de fãs na última faixa (em Under-Estimate The Girl) e voltar ao bis com versões mais intimistas de We Get On e Birds – duas lindas e cativantes versões.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts