Tulipa Ruiz – Praça Victor Civita, SP

Flexibilidade, entrosamento e potência vocal permeiam um bom futuro para a nova turnê da paulistana

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz
Nota: 5.0

O sol despontou no domingo que tinha prenúncia de chuva, segundo a previsão do tempo, uma boa premissa ao público que, ao invés de se preocupar, agora se planejava melhor em que posição ficar na bela praça Victor Civita, decorada com madeira por todos os cantos, do teto à arquibancada. Quem chegou cedo se deparou com alguns testes vocais da cantora Tulipa Ruiz e já se ouriçava desde o começo ao ouvir novos arranjos, sendo esse ainda um de seus primeiros shows da sua nova turnê musical.

O horário da apresentação se aproximava e os espaços vazios na abrangente praça foram se limitando, até o momento em que quem não cabia sentado se colocava de pé ou nas laterais do palco de altura honesta, proporcionando um contato mais próximo com o público. Pouco depois das 16h, envolta por um vestido de lantejoulas prateadas e com um sorriso de orelha à orelha, Tulipa já era ovacionada pelo vasto público que se deparava com sua felicidade riste ao microfone.

Trazendo canções do álbum Tudo Tanto, era de se surpreender o retorno da plateia ao cantar em coro os hits mais novos, como É, Ok e Dois Cafés. O show da paulistana, além de trazer pleno material novo, mostrava também a alta empatia da cantora e a extrema felicidade de estar de volta a solo brasileiro, já que havia acabado de voltar de uma passagem rápida pelo Japão e Turquia. “Vocês não imaginam como é bom estar de volta aqui. A energia é outra!” – bradou a musicista.

A desenvoltura em palco e as surpresas ao decorrer das quase duas horas de show não desapontaram do começo ao fim e deixaram muita gente de boca aberta que estava ali apenas pra ver tudo sentado. Seja simulando passos de ginástica em Brocal Dourado, se entregando e flertando com seu microfone em Só Sei Dançar Com Você ou mostrando sua versão em japonês à música Quando Eu Achar.

Nem só de admiradores era cercado o público. Entre Marias e Josés, era possível se deparar com nomes como Marcelo Jeneci e o onipresente Criolo. Ainda falando sobre o músico de Grajaú, sua presença ali foi um dos pontos altos do dia, que premeditadamente ou não, gerou furor no público ao se juntar a cantora na participação da canção Víbora. O momento intenso entre ambos beirava uma real briga de casal representada através de movimentos bruscos e expressões de desespero e extremo desprendimento de qualquer ideal polido. O show havia virado um ritual, um culto ao som com um público fiel e vibrante.

A deixa depois da parceria em palco trouxe a pausa seguida de Bis. A emoção de Tulipa era resplandecida em seu olhar e o sorriso de cada um que esperava por seu retorno. A cantora finalizou como começou: Cantando É e como a mesma energia incial por sua parte e por quem a assista, só que dessa vez caminhando pelo chão por entre a plateia.

O dia que não trazia qualquer pretensão mostrou que os ritmos e letras de Tulipa, se antes eram dúvida se tinham possibilidade de permanência e abrangência na mídia, agora andam dez passos a frente, com a promessa de alcançar cada vez mais ouvidos e corações.

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ARTISTA: Tulipa Ruiz
MARCADORES: Show

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.