Resenhas

S. Carey – Range Of Light

Muito bonito, álbum segue a linha do Folk atmosférico e gelado de Bon Iver

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Ano: 2014
Selo: Jagjagwar
# Faixas: 9
Estilos: Chamber Folk, Folk Eletrônico
Duração: 36:27
Nota: 3.0
Produção: Sean Carey, Brian Joseph
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Frange-of-light%2Fid794531890%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Sean Carey normalmente é reconhecido graças à participação no projeto de maior sucesso do qual faz parte: atua como baterista do grupo liderado por Justin Vernon, Bon Iver. Além disso, tem no seu currículo participações no grupo sueco The Tallest Man on Earth. Mas é em S. Carey que resolve assumir o protagonismo do próprio projeto e fazer (de certa forma, assim como Diane Coffe em Foxygen) a sua própria versão do estilo musical que admiram.

E, apesar do apelido que escolheu para si próprio, S. Carey, de assustador, não tem nada. Muito pelo contrário, como já podemos notar de cara na introdução de Range of Light, segundo álbum completo de sua carreira solo, conta com uma aura de sons cristalinos e de uma levada suavemente percutida. É, de fato, a materialização da sensibilidade extrema do baterista e artista criativo que é.

Quando Carey assume as rédeas do projeto, cria-se uma atmosfera fria e bucólica, com ruídos suaves de chuva e sons granulado de passos na areia, que se misturam aos timbres tranquilos dos sintetizadores, aos pianos com muito sustain e à voz de melodia espaçada, mantendo sempre tudo muito leve e aéreo. Além da capa, que retrata facetas de uma montanha em luz refratada, os nomes das canções sugerem um ambiente confortável, de uma cabana segura em meio ao frio e à natureza selvagem. A característica cristalina, transparente e delicada da efemeridade dos raios de luz da manhã, da neblina ou que trespassam as copas das árvores estão de Glass/Film, Radiant e Fleeting Light. Os estalados discretos (assim como a beleza da percussão cuidadosa de Carey) de folhas secas ou do fogo crepitando estão em Creaking, Crown the Pines, e Fire-Scene.

E é assim, sempre suave e recheado de timbres limpos (sejam eles de samplers eletrônicos ao dedilhado acústico do violão), que Range of Light preenche seu espaço aconchegante na alma. Embora não se destaque de outros exemplos do gênero, e tenha uma semelhança muito próxima (tanto sonora quanto climática) de seu projeto piloto, S. Carey é muito bonito e pode proporcionar um belo respiro no seu dia e preparar o terreno para o inverno que se aproxima.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte