Resenhas

Band of Skulls – Himalayan

Apesar de início visceral, obra vai perdendo sua adrenalina inicial e identidade ao longo das faixas, mesmo com boa qualidade

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Ano: 2014
Selo: Electric Blues Records
# Faixas: 12
Estilos: Garage Rock, Blues Rock
Duração: 47:16
Nota: 3.0
Produção: Nick Launay

Assim que damos o playv em Hymalaian, terceiro disco de Band of Skulls, nos é injetada uma dose de adrenalina garageira. Em outra metáfora, as três faixas inicais do álbum se materializam como um cão de grande porte raivoso a te encarar. Tudo isso pois a banda continua trazendo linhas de baixo encorpadas, que parecem o fechar da mão para um belo golpe , e suas as linhas agressivas de guitarra, que seriam responsáveis pelo soco dessa mão. Um belo exemplo é a introdução da faixa título – uma das melhores canções do álbum, junto de Asleep At The Wheel, que pode ser uma das melhores da carreira do trio.

Se o início é arrebatador, a seguir temos uma decaída em tamanha adrenalina auditiva. Após toda a intensidade e agitação das três faixas iniciais, a quase balada Cold Sweat e a Pop Nightmares são as primeiras a darem os sinais de que o cão, que antes rosnava e mostrava os dentes, começa a se aquietar.

Logo a seguir, temos a curiosa Brothers And Sisters, provavelmente a faixa com mais formato comercial de todo o disco, podendo ser facilmente tocada em uma pista de balada. Ela soa como um misto de The Black Keys em fase Brothers com Arctic Monkeys em fase AM. O resultado é uma música interessante, mas que foge da cara sisuda que a banda apresenta logo na tríade inicial do álbum.

Continuando a seguir pelo caminho das canções menos agressivas, ainda temos algumas faixas de destaque por referências de gente grande do Blues. A primeira delas é I Guess I Know You Fairly Well, dona de introdução e solo que parecem ser claramente influenciados pela lenda Jimi Hendrix e que trazem um pouco do som híbrido do Rock‘n’Roll com o Blues. Pouco depois I Feel Like Men, Nine Dead And One Dying chega com uma roupagem com um quê de Surf Rock blueseiro, e que soa como algo similar à carreira solo de Jack White, principalmente pelo seu timbre muito similar ao do ex-The White Stripes em seu solo.

Entretanto, se o início arrebatador acaba perdendo força com algumas faixas Pop – algo totalmente válido – e com outras que parecem ficar em cima do muro como, Toreador e Heaven’s Key, ainda temos a quase acústica Get Yourself Togheter para encerrar a obra.

Apesar dessa leve ocnfusão de identidade, Himalayan não é um mal disco, pelo contrário, consegue manter uma boa qualidade em grande parte das as canções. Porém, ainda parece pecar em sua distribuções de faixas, assim como seu antecessor Sweet Sour, só que dessa vez com um desempenho um pouco melhor. Assim sendo, pode frustar a muitos com a sua apresentação visceral inicial que se perde pelo resto da das faixas e, assim, deixa de carregar consigo uma identidade mais firme e coesa.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).