Resenhas

Broods – Broods

Disco de estreia do duo neozelandês segue o caminho da música Pop atual e acerta sem inovar muito

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Ano: 2014
Selo: Universal Records
# Faixas: 6
Estilos: R&B, Pop
Duração: 20:03
Nota: 3.0
Produção: Joel Little

Dirigir-se ao Pop, em um sentido menos dirigido ao gênero musical e mais à acessibilidade da música, pode levar a limitações sem que a criatividade possa ser acessada. Em alguns casos, tal rumo pode levar a resultados interessante e o EP de estreía de Broods, com o mesmo nome, se enquadra neste “caso”.

Produzido pelo produtor neozelandês Joel Little, agora mais requisitado do que nunca após a vitória de sua pupila no Grammy, Lorde, na categoria de melhor música, o trabalho encontra algumas similaridades com sua conterrânea, mas parte em direção ao R&B eletrônico. Gostoso de se ouvir desde o começo, o disco acerta ao manter a sua proposta inicial ao não partir em busca de inovação, mas de diversão.

Não espere em Broods encontrar faixas muito brilhantes ou distintas, mas um álbum com seis faixas boas e sem compromisso além de eventualmente cair nas pistas. Pegue, por exemplo,a abertura Never Gonna Change. Logo de cara, a introdução em que a voz só tem o bumbo como acompanhte, para logo depois ter diversas texturas acrescentadas. Você já viu isso em algum lugar, mas não consegue deixar de prestar atenção nas batidas minimalistas e a voz deliciosa de Georgia.

O duo, feito entre irmãos, brinca com a alternância de vozes que os timbres femininos e masculinos podem ter. O contraste é visto na balada (perfeita para uma trilha sonora de alguma cena de um filme romântico) Taking You There. A faixa, assim como outras, pede e pode ser utilizada como ponto de partida para um remix, como Bridges, que é de certa forma genérica, mas lembra os R&B confessionais dos anos 2000 até que uma batida aberta e cheia de sintetizadores surge no horizonte. O melhor momento fica com Pretty Thing, com seus samples de vozes cortadas que chamam bastante atenção.

Todo o disco é muito bem produzido e trabalhado, no entanto, não podemos esperar nada além de sua proposta de música feita para grudar na sua cabeça. Se tivesse mais faixas que seguissem está fórmula, poderia muito bem enjoar o ouvinte. Porém, o seu tamanho compacto auxilia na passagem da ideia de não ser nada além uma obra feita para alcançar o grande público logo de início. Sleep Baby Sleep deve fazer isso com maestria, na melhor balada feita até o momento dentro do R&B Pop. Mas não espere inovação aqui, somente o compromisso com a diversão e alcançar o seu ouvido indiretamente, enquanto Broods estiver tocando por aí.

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BOM PARA QUEM OUVE: Lorde, Purity Ring, Lana Del Rey
ARTISTA: Broods
MARCADORES: Pop, R&B

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.