Resenhas

Phillip Long – Seven

Em seu sétimo disco, Long mistura seu lado mais lírico e acústico com faixas com instrumentos plugados, o que resulta em uma dualidade de sensações

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Ano: 2013
Selo: Arte Master Home Studio
# Faixas: 7
Estilos: Indie Folk, Folk Rock, Blues
Duração: 32:09
Nota: 4.0
Produção: Eduardo Kusdra

Segundo nos conta Phillip Long em seu Tumblr de promoção de seu novo disco, Seven, “O sete é uma combinação do três com o quatro (…) o número quatro que simboliza a terra, associado ao três, que simboliza o céu, permite inferir que o sete representa uma totalidade em movimento ou um dinamismo total(…)”. E é com esse número cabalístico – o qual inclusive é o número de faixas que compõe o álbum – e com seu significado na numerologia que Long ambienta suas novas composições que voltam a ter uma cara mais energizada, muito em virtude dos instrumentos plugados que voltam ao estúdio.

Ainda fazendo alusão a essa figuração de céu e terra, o álbum se inicia com Closer To God, que nos remete a um Phillip Long que ouvimos em Atlas, com um carga sentimental interior maior. É talvez o primeiro caminhar para essa transição dinâmica entre o céu e a terra, onde mais para frente sentimos o toque mais humanizado com linhas de violão e guitarra com um toque mais aceso e exteriorizado, onde End Of The Line surge com seu simples arranjo acústico de fundo para uma envolvente canção.

Seven possui dois momentos de extrema comoção e entrega do ouvinte e para o ouvinte. Tais momentos se dão em Living On The Edge e Devil’s Line, faixas com uma carga blueseira muitíssimo bem executada, não apenas em técnica, mas com um feeling certeiro e sem em momento algum soar com artificialidade. Tais canções conseguem nos deixar na dúvida se estamos caminhando para o lado celestial ou terráqueo devido a sua beleza sublime mas ao mesmo tempo com o perceptível toque que, só um ser humano conseguiria ter e passar para outro ser humano com tamanha identificação.

Por fim, os órgãos de tubo e o piano cadenciado dão início a sétima e última faixa do disco. Naked As The Rain nos carrega após essa jornada entre os dois mundos de maneira suave, nos fazendo levemente tocar os pés no chão e voltarmos para a nossa realidade, a qual, basta darmos o play novamente para iniciarmos essa fuga em sete músicas.

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BOM PARA QUEM OUVE: Filipe C., Phillip Nutt, Bob Dylan
ARTISTA: Phillip Long

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).