Um vocal diferente e único tem o incrível poder de transformar um simples álbum em uma obra esplêndida e grandiosa, ou extremamente horrível. No caso de Ugly, quinto álbum de estúdio do trio Screaming Females, o vocal intenso e marcante de Marissa Paternoster torna o álbum algo imponente e admirável.
Com guitarras audaciosas que parecem surfar por cima de ondas criadas pelo baixo, Paternoster mostra valorizar tanto solos quanto riffs segura do que está fazendo, enquanto o baixista Mike King e o baterista Jarrett Dougherty parecem combinar com ela uma espécie de sutileza feroz.
A faixa Expire apresenta um tom de Surf-Punk distorcido e pulsante. Com uma melodia hipnótica e complexa, faixas como Leave It All Up To Me e Doom 84 soam como um Led Zeppelin gótico, e em Help Me, Paternoster tece melodias cativantes que monstruosamente te estimulam a cantar junto.
Somente nos últimos dois minutos, vergonhosamente tarde, a artista percebe que é uma excelente letrista. Mas Ugly deixa uma sugestão de correção de sua maior falha. Isso só significa uma coisa: por mais difícil que seja de acreditar, o melhor álbum de estúdio do Screaming Females ainda não chegou. Felizmente, a inovação e evolução que faltou nessa obra é compensada com vocais únicos e excelentes melodias, o que mostra que quando nas mãos certas e da maneira correta, a fórmula do bom Rock and Roll é sim ilimitada.
Ao todo, o álbum produzido pelo herói underground Steve Albini apresenta uma mescla de College Rock, Punk e Surf Music, algo bastante semelhante ao trabalho anterior do trio de Nova Jersey, Castle Talk.