Resenhas

Bipolar Sunshine – Drowning Butterflies EP

Músico faz trabalho caprichado, ainda que com um quê de despretensão, que resultou em uma deliciosa coleção de hits Pop

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Ano: 2013
Selo: The Aesthetic Recording
# Faixas: 4
Estilos: Indie Pop, Pop, R&B
Duração: 15:21
Nota: 3.0

Você está em qualquer lugar, sozinho ou acompanhado, e começa a tocar aquela música que você sabe cantar inteirinha, mesmo sem não ouvir tanto, e rola aquela sensação de pertencimento, identificação e de se conectar ao todo através do som (não necessariamente nessa ordem). Muito se diz do quanto os hits são bons para o mercado, mas a real é que esse tipo de música conhecida e de fácil apreciação tem muito a agregar para o ouvinte também.

É o que ouvir Drowning Butterflies EP me faz pensar. Nele, o músico Adio Marchant, mais conhecido como Bipolar Sunshine, traz três faixas de grande potencial Pop, daquelas que só são inteiramente aproveitadas se você cantar junto enquanto dança pelo menos um pouco.

Isso acontece desde aquele comecinho com Love More, Worry Less e os versos meio Hip Hop, meio Reggae por cima dos sintetizadores. A ambientação Eletrônica que vem a partir daí nos revelam que estamos diante de uma daquelas canções Pop e, agora que começamos a ouvir, precisaremos do repeat por algumas horas. É um pequeno hino feel good, daqueles com versatilidade de servir em meio a uma playlist, trilha sonora ou de fundo em uma apresentação de vídeos em formatura ou festa de 15 anos, com o refrão tocando direitinho quem quiser ouvir.

Ele dá lugar à faixa-título, com uma guitarrinha esperta e clima de balada nostálgica. É cool e lounge sem deixar de lado a personalidade. Coloque-a nos fones de ouvido no caminho de volta pra casa e verá o transporte público virar a balada mais descolada, com luzes neon, um drink que aparece magicamente na sua mão e a vida se movendo em câmera lenta.

É quando surge Trouble, seguindo o mesmo clima. Dá pra facilmente imaginar as três como hitzinhos que viram videoclipes (Love More, Worry Less já tem o seu), tocam em séries de TV e te fazem sorrir quando o DJ mandar em um momento certo durante a balada. Falando nisso, o remix da primeira faixa encerra a experiência do disco, mas sem lá muitos atrativos.

O trabalho de Bipolar Sunshine tem aquela cara de coisa feita sem muita pretensão, mas com muito capricho, uma combinação que costuma gerar algo interessante. Seu maior defeito é o mesmo de toda obra Pop, que é estar sujeito a uma alta esquecibilidade. Pois tratemos de aproveitar essas músicas ao máximo enquanto elas durarem. Vale a pena.

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BOM PARA QUEM OUVE: Lauryn Hill, Solange, Blood Orange
MARCADORES: Indie Pop, Pop, R&B

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.