Resenhas

Milosh – Jetlag

Vocalista do Rhye traz sua esposa, Alexa Nikolas, como musa inspiradora para disco solo fluido, romântico, sensual e com apelo mais eletrônico

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Ano: 2013
Selo: Deadly
# Faixas: 10
Estilos: Eletrônica, Minimal, Neo Soul
Duração: 45:01
Nota: 3.5
Produção: Mike Milosh, Alexa Nikolas
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fjetlag%2Fid723565201

O duo Rhye é o grande expoente e o que melhor sintetiza os talentos de Mike Milosh e Robin Hannibal. No entanto nem só do duo vivem os músicos, visto que Robin antes disso já trabalhava no Quadron junto com a cantora Coco O., assim como Milosh, que ganha atenção de sua produção solo apenas agora, em seu quarto disco de estúdio intitulado como Jetlag.

A se julgar pelas produções tranquilizantes de Mike, é de se imaginar que o músico seja mesmo uma pessoa mais caseira e é essa toada em que o próprio conduz seu novo disco de estúdio. Em recente entrevista, o cantor de voz leve revelou que ele e sua esposa, Alexa Nikolas, passam muito tempo livre, visto que apesar de atuarem em áreas diferentes, a margem de rotina é um tanto variável já que ele vive de música e sua parceira, como atriz. Jetlag foi definitivamente assumido por Milosh como um projeto que agrega Alexa como parceira – e de fato ela aparece aqui e ali, seja em rápidas nuances de voz balbuciada, com risos tímidos pontuais, ou como musa inspiradora para o decorrer do trabalho regido sumariamente pelo canadense.

Quanto a estrutura sonora, a base segue em sua maior parte ainda fluida, leve e minimalista como já era de se esperar – vocalizações suaves próximas do Soul, piano, batidas desaceleradas e intervalos que duram o suficiente para te fazer refletir. No entanto, o cantor galga a um terreno até então não tão conhecido por quem acaba de conhecer seu trabalho solo – os violinos e instrumentações mais próximas ao gênero Clássico abrem mais caminho para a música eletrônica numa malha de sintetizadores ainda mais presente, uma experimentação maior e mais positivista do que as baladas plenamentes sensuais e catárticas de Rhye.

Aos já saudosos por novidades de Milosh e Hannibal, as composições Slow Down, Skipping e Hold Me são as boas pedidas pois sintonizam-se facilmente com o registro Woman, o restante arrisca-se pelos mesmos territórios que James Blake resolveu se reinventar em Overgrown, porém sem tanta ousadia e mais próximos de uma calmaria, algo entre os timbres melódicos de Taken By Trees e os afiados toques sintéticos de Flying Lotus em um pastiche homogêneo de sons em faixas como Hear In You, Don’t Call It, This Time e Do You Want What I Need.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.