Coloque de um lado as melodias envolventes da música Pop e, do outro, as letras sombrias de temas difíceis típicas da Darkwave. Para que os temas não soem desencaixados por seus ingredientes diametralmente opostos, o meio termo fica por conta da roupagem psicodélica dos arranjos das canções. Assim é Zula, que após o lançamento de um dos nossos EPs favoritos deste ano, Twin Loss, acaba de lançar seu primeiro e promissor álbum intitulado This Hopeful.
Do EP, apenas o single que lhe dá o nome sobreviveu para dar as caras no álbum, e, já um passo além dos caminhos alternativos trilhados nos primeiros lançamentos, Zula parece ter encontrado em pouco tempo sua cara, um som próprio que é evidenciado graças à coesão de seu lançamento. O nome This Hopeful, conforme a explicação dos primos frontmen da banda, Henry e Nate Terepka, se dá como um aviso de que apesar dos temas pesados de suas composições ainda há esperança e alegria no mundo. É claro que não seria necessária tal explicação, basta uma primeira audição do álbum para notar que Zula veio ao mundo com boas intenções.
Com um ar etéreo proporcionado pelo uso desmedido dos pedais de efeitos (nenhum timbre passa incólume e temos modulações da bateria até as linhas vocais), que nos remete ao universo de outros psicodélicos como o dos malucos do Flaming Lips, This Hopeful é agradável até quando flui de um harmonias influenciadas por Syd Barret em Look for Tomorrow ou recai num experimentalismo mais assumido, como na Radioheadiana (como evitar a referência?) Subway Safari. O Pop Psicodélico que flerta com o Synthpop e a Darkwave do grupo já está entre os meus favoritos de 2013, e tem de tudo para entre os seus.
