Resenhas

O Terno – Tic Tac – Harmonium

Trio paulistano volta mostrando novas influências em suas novas faixas e saindo de sua própria prisão estilística criada com o álbum “66”

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 3
Estilos: Rock
Duração: 11:05
Nota: 4.0
SoundCloud: /tracks/117829971

Se em 2012 o trio paulistano O Terno tinha de mostrar a que veio, neste ano ela se já solidificou no cenário nacional como um dos expoentes da nova música sendo feita em nosso país. Quase um ano após o lançamento de seu álbum de estreia, 66, Tim, Guilherme e Victor estão de volta em um pequeno compilado de faixas chamado Tic Tac – Harmonium, que leva ainda mais adiante o que mostraram naquele lançamento.

Ainda que pautados pelo mesmo saudosismo roqueiro, a ambientação desta obra se mostra mais aventureira e completa, adicionando outros ritmos e uma instrumentação mais ambiciosa (adicionando mais metais, além do saxofone tenor de Mauricio Pereira, e uma percussão mais encorpada no single Tic Tac). A lírica de Tim Bernardes novamente se mostra divertida, porém mais madura e mais uma vez ganham destaque na mistura do grupo.

Tic Tac abre o EP mostrando muitos destes novos elementos que a banda começa a explorar. Com um toque do Soul, o Rock do trio ganha ainda mais força e em seus pouco mais de quatro minutos mostra também algumas pitadas do Jazz (em algumas “pausas” entre os momentos mais agitados) e muitos metais, criados por um time de convidados (Maurício Pereira (Mulheres Negras) no sax tenor, Remi Chatain (Trupe Chá de Boldo) no sax barítono e Gabriel Setubal (Pitanga em Pé de Amora) no trompete). A lírica bem humorada explora nossa relação com o tempo, como se a todo instante estivéssemos correndo atrás do tempo.

Já o lado-B, Harmonium, tem uma proposta quase inversa. Apostando em uma grandiosidade simplista, a faixa é criada como o invólucro da ótima lírica de Tim. Além das duas canções que nomeiam o EP, a versão digital ganhou um bônus, a faixa Blood Stains. Mais uma vez tendo assassinatos como tema, a música foge do bom humor costumeiro para se desenrolar em misto pesado e sombrio. A tal canção é creditada ao alter ego The Suit, uma espécie de versão lúgubre do trio.

Mostrando evolução perante o som mostrado em seu disco de estreia, um ano depois de seu lançamento, o trio parece estar mais maduro, consciente e se livrando das limitações estéticas propostas em 66. Com tamanha qualidade, não é à toa O Terno estar em lugar de destaque na nova cena roqueira do país.

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ARTISTA: O Terno
MARCADORES: Indie Rock, Ouça, Rock

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts