Resenhas

Connan Mockasin – Caramel

Músico atesta sua capacidade de ótimo compositor com mais uma amostra de sua Psicodelia Progressiva caricata

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Ano: 2013
Selo: Phantasy Sound
# Faixas: 11
Estilos: Pop Psicodélico, Rock Progressico
Duração: 39:55
Nota: 3.0
Produção: Connan Mockasin e Erol Alkan

Connan Mockasin está de volta e, seguindo uma linha direta de seu álbum antecessor, Forever Dolphin Love, tanto temática quanto musicalmente, lança neste ano Caramel. Ainda que dentro do seu tema Psicodélico-Progressivo, parece um pouco mais distante de um Ummagumma conceitual do Pink Floyd, e mais próximo de uma postura caricata que, além do exagero em timbres e barulhos esquisitos, emula o estereótipo do sedutor ligeiramente afetado à la Prince.

O álbum aposta em temperos exóticos e roupagens excêntricas como fórmula da particularidade artística de Mockasin, que fazem o álbum ter essa aura de “manual de sedução do cafajeste cafona dos anos 90” que se espalham em todas as esferas dos elementos que envolvem o disco, como nos já citados timbres “baratos”, riffs de guitarra datados (como no começo de Why Are You Crying?), nos nomes das canções (além de Caramel, temos cinco de mesmo nome, chamadas It’s Your Body, I Wanna Roll With You e assim por diante…) e é claro, nos cabelos platinados e bigodinho do vocalista.

Mas, apesar disso tudo, Connan Mockasin continua a comprovar a capacidade de ótimo compositor que é, pois todos estes elementos soam como detalhes adicionados à uma criação que já nasce boa. Segue abaixo o vídeo da versão acústica de Forever Dolphin Love, single do álbum anterior que comprova esse ponto:

Vindo de um promissor 2012 que passou em turnês ao lado de grandes nomes como Radiohead e Charlotte Gainsbourg, Connan Mockasin pode aproveitar esse ano tirar vantagem da carreira solo e expressar toda sua verve criativa de clima excêntrico em Caramel, que continua a “história” conceitual do anterior, a saber, o drama do golfinho que vai embora deixando seu chefe apaixonado muito triste (além do acontecimento comovente que envolve um acidente de carro numa corrida). Tudo isso faz sentido, seguindo a lógica interna do universo a que pertence. E vale a experiência.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte