Resenhas

Beach House – Bloom

Inaugurando o Dream Pop dos anos 2000, o casal conseguiu em seu quarto disco, além de repetir antigos acertos, trabalha novas influências, principalmente as do pop dos anos 60, trazendo um frescor a esse disco

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Ano: 2012
Selo: Bella Union
# Faixas: 10
Estilos: Dream Pop, Indie Pop, Lo-Fi
Duração: 51:05
Nota: 3.5
Produção: Chris Coady

Álbum conceitual? Não é pra tanto, mas Bloom se amarra de uma forma em que tudo está interligado, preenchido por belos interlúdios e pequenos ruídos, que agrupam todas as faixas em um grande bloco. Esse novo esforço do casal Victoria Legrand e Alex Scally gerou um disco que ao mesmo tempo em que se diferencia dos outros três produzidos pela banda, por seguir novos rumos, pega emprestado deles vários elementos que já deram certo antes.

Diferente de seus outros trabalhos, nos quais tudo parecia sair da cabeça do casal, desta vez o Beach House incorpora muita coisa dos anos 60 (The Beach Boys, The Zombies e por aí vai) e essa mudança trouxe às músicas um toque mais amigável para as rádios. Não que esse disco seja uma versão radiofônica dos anteriores, mas certamente o Dream Pop das faixas de abertura Myth e Wild seriam perfeitas para as massas.

Chris Coady, que já acompanha a banda desde o começo, produziu mais uma vez o duo. É quase como se essa dupla fosse um trio, com Chris trazendo novas ideias e incorporando um pouco de si mesmo ao trabalho. Além disso, o cara já produziu Dear Science do TV On The Radio, Yellow House de Grizzly Bear e Eye Contact do Gang Gang Dance (que currículo!). Com toda essa bagagem, ajudou a transformar o esse trabalho em algo a mais, algo novo para os fãs e para a própria banda.

Bloom começa com batidas, pequenos barulhos e a bateria que entra aos poucos junto à guitarra. Em um grande clima de serenidade, Myth é uma das melhores composições do disco. The Hours pega emprestadas as batidas do R&B e, com suas guitarras, cria um clima de pop dos anos 60.O disco fecha com Irene, música de mais de oito minutos, que começa preguiçosa, mostrando lentamente seus sintetizadores e barulhinhos, para depois a voz etérea de Victoria entrar e a música tomar sua real forma.

Não é que a banda tenha formado o Dream Pop (já que ele vem lá dos anos 80), mas pode-se dizer que desde que apareceu virou o porta estandarte do gênero. Nesse disco, as tendências Pop estão mais evidentes e mais trabalhadas, mas sem nunca deixar o estilo que os consagrou de lado. Não é um álbum, conceitual, mas chega bem perto de ser ao explorar muito bem cada canção e amarrá-las muito bem.

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BOM PARA QUEM OUVE: Memoryhouse, Grimes, Frankie Rose
ARTISTA: Beach House
MARCADORES: Dream Pop, Indie Pop, Lo-Fi

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts