Resenhas

DARKSIDE – Psychic

Nicolas Jaar trilha com sucesso o obscuro caminho da música experimental

Loading

Ano: 2013
Selo: Other People
# Faixas: 8
Estilos: Eletrônico Experimental, Ambient Music
Duração: 43
Nota: 3.5
Produção: Nicolas Jaar
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fpsychic%2Fid68754942

Psychic é o álbum de estreia do novo projeto do produtor Nicolas Jaar, que atende pelo nome de DARKSIDE. O projeto, que conta com a participação do multi-instrumentista Dave Harrington, quando deu as caras ainda no meio do ano com o remix completo do álbum Random Access Memories, o último e famigerado lançamento do Daft Punk, começou a chamar a atenção.

Agora DARKSIDE mostra a razão de seu nome. Apoiado nos efeitos (ou defeitos, que sejam) de saturação e exagerando (no bom sentido) na ambiência da instrumentação de suas músicas, Psychic cria um universo quase obscuro em torno de si. Nele, o produtor proclamado respeita o ritmo próprio, praticando um grande exercício de paciência (própria e do ouvinte). O álbum, que apesar de possuir apenas oito faixas, soma mais de 40 minutos de duração, pode conter uma grande virtude no mundo da música Eletrônica atual, desempenhando seu papel de “exército de homem só” no grande reino contemporâneo do Dubsteb (isso quando me refiro a principais nomes de produtores de música eletrônica atuais).

Aliás, a primeira faixa, Golden Arrow, de mais de onze minutos, faz jus como poucas ao seu papel de “introdução” de um álbum. Em seu longo desenvolvimento, apresenta primeiramente seus ruídos de saturação, chegando aos primeiros beats após algum tempo. Logo depois, chegam discretas as linhas de guitarra e, sucessivamente, os primeiros vocais e, assim, está estabelecido o cenário sob o qual apresentar-se-á Psychic como um todo.

Mesmo com suas guitarras e vocais inspiradas nas linhas de Country em Paper Trails (soando como algo que talvez Moby faria), ou mesmo com os recursos atmosféricos de um cenário distópico semelhantes a um Pink Floyd em A Momentary Lapse of Reason da faixa The Only Shrine I’ve Seen, o álbum soa muito coeso, com todos seus recursos adaptados ao próprio universo, deixando, por exemplo, as passagens entre as músicas quase imperceptíveis. Já em Freak, Go Home temos o efeito colateral de tamanha preocupação com a ambiência sonora, podendo soar como um exercício de auto-afirmação artística, com seus loops e efeitos em repetição constante, na música mais “difícil” do álbum (embora, no final, não soe tão hermética assim).

Conseguindo afirmar sua identidade musical e assegurando a capacidade que lhe projetou ainda muito jovem como produtor de sucesso, Nicolas Jaar elabora um bom álbum de estreia, e, embora não renda nenhum grande destaque, mantém trilhando seu caminho experimental.

Paper Trails

Loading

Autor:

é músico e escreve sobre arte