Resenhas

Frankie Rose – Herein Wild

Segundo álbum solo da moça esbarra nas mesmas fórmulas de seu último disco, mas ainda se mantém muito aprazível

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Ano: 2013
Selo: Fat Possum Records
# Faixas: 10
Estilos: Dream Pop, Indie Pop
Nota: 3.5
SoundCloud: /tracks/102281128
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fherein-wild%2Fid6944

Herein Wild me parece nada mais que uma continuação direta de Interstellar, primeiro disco (realmente) solo de Frankie Rose. Lançado pouco mais de um ano após seu debut, o novo trabalho da ex-Vivian Girls não adiciona tanto ao que já foi proposto naquele primeiro álbum, caindo em muitos lugares comuns, já explorados anteriormente não só pela moça. Ainda assim, é capaz de render uma audição fácil e prazerosa.

Mais uma vez mergulhada em tendências do Dream Pop, Rose exercita sonoridades regadas a experimentações com sintetizadores tingidos de tons oitentistas, algumas guitarras com timbres bem leves, alguns resquícios de sua vibe Punk (principalmente na bateria e nas melodias) e, é claro, sua doce voz como cereja do bolo sonhador que se torna esta obra. A maior diferença aqui é que a moça diminui um pouco o ritmo de suas faixas, deixando seu retrô Pop mais calminho e o encaminhando em direções já exploradas por bandas como DIIV ou Wild Nothing há pouco tempo.

Um reflexo disso é que o álbum se apresenta sensivelmente mais denso e se mostra assim em algumas faixas mais obscuras e confessionais, como a orquestral Cliffs As High, a melodramática Sorrow ou ainda a acústica Requiem. Ainda que esses sejam os momentos mais distintos, ainda há muito daquela energia Surf Pop/Punk que Rose carrega consigo em qualquer um de seus projetos e também a sensibilidade Pop (para não dizer chiclete) da moça permeando as demais faixas. Isso pode ser visto logo em You for Me, faixa que abre esta obra continuando exatamente do ponto em que Interstellar acabou. Recheada com batidas frenéticas, Frankie articula melodias pegajosas em uma guitarra sujinha, alguns sintetizadores ao fundo e uma produção calculadamente despretensiosa.

Em faixas como Into Blue e Minor Times a moça parece se fantasiar de Jack Tatum (cabeça do Wild Nothing) e investir na mesma sonoridade que fez de Nocturne um dos mais belos álbuns do ano passado. Ainda que uma aposta certeira (rendendo faixas interessantes), isso me parece meio programado e copioso demais para o talento que moça mostrou ter seu álbum passado. Faixas como Heaven e Street of Dreams se mostram mais válidas que estas por trazer novas sonoridades à paleta sonora da moça (com uma grande influência do Post-Punk na primeira delas).

Como já dito, Herein Wild é um álbum que rende uma agradável e fácil audição e muito disso se explica pela proposta de Rose em criar músicas super acessíveis. O problema, porém, reside em Frankie ficar enclausurada dentro de uma bolha sonora que a impede de experimentar em outras possibilidades e caminhos. Sem contar que a alta acessibilidade de sua música tira bastante de sua espontaneidade, o deixando com aspecto um pouco programado. Ainda assim, rende uma divertida audição.

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BOM PARA QUEM OUVE: DIIV, Wild Nothing, Beach House
ARTISTA: Frankie Rose
MARCADORES: Dream Pop, Indie Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts