Desvendar Feel Good é um trabalho que deve começar pela capa. O mergulho colorido de roupa e tudo é uma boa metáfora para um disco que vem para lavar a alma, seja nas pistas ou curtindo sozinho as baladas. O que The Internet fez neste seu segundo álbum foi apostar em uma “pegada”, uma atmosfera que permeia todas as faixas da obra – envolvente e musicalmente interessante.
Quem chegar até o registro pelo single Dontcha corre o risco de se desapontar, já que, por melhor que a música seja (e ela não é nada menos do que incrível), a vibe do álbum não é bem aquela. A impressão que a dupla passa aqui é a de uma grande e despretensiosa jam, com uma banda acompanhada de DJ fazendo sons livremente em conjunto.
Suas harmonias dissonantes conquistam logo de cara, desde que você esteja no humor certo. Não é um álbum de hits, mas um trabalho de composições sexy e outras um pouco mais dançantes, perfeitas para se ouvir em um bar escurinho ou em um show do duo em um local bem underground.
Ele logo revela sua identidade com a introdutória Tellem e seus timbres livres criando um groove delicioso e intrigante. Esse espírito é abanado até Sunset, com uma certa latinidade muito simpática e a participação de Yuna, para então chegar em Dontcha e, nesse ponto, você já sabe se vai curtir o disco até o fim ou não.
E, por mais que as primeiras músicas sejam melhores que as da segunda metade, se você “comprou a ideia”, não terá problemas em curti-lo até o último segundo. Os destaques ficam para Pupil | The Patience, a pseudo-Bossa Cloud of Your Own e a derradeira (e imensa) Higher Times, que termina a jam com uma enaltecida alma criativa.
No geral, é um trabalho muito acima da média e, se você curtir a ideia do mergulho nessa atmosfera, não vai se arrepender. Caso contrário, ao menos coloque Dontcha no repeat e curta uma das melhores faixas de 2013.