Resenhas

Braids – Flourish // Perish

Trinca canadense traz etéreo e eletrônico em disco coeso, munido de poucos singles que surpreendam do começo ao fim

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Ano: 2013
Selo: Full Time Hobby / Flemish Eye / Arbutus
# Faixas: 10
Estilos: Art Rock, Eletrônico Experimental, Minimal
Duração: 55:00
Nota: 3.5
SoundCloud: /tracks/101505368
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fflourish-perish%2Fid

Em 2011, Braids estreava com Native Speaker como um inédito quarteto de sonoridade marcante e criativa, sendo um dos poucos a ter seu trabalho semelhante e comparado a criações de Animal Collective. A partir daí, propostas dem turnês ao lado de bandas como Battles, Moby e Portishead surgiram por todos os lados.

Depois de um longo tempo sem lançar material inédito e tendo Raphaelle Standell-Preston cuidando também de seu projeto paralelo, Blue Hawaii, o agora trio apresenta a público novas influências para seu álbum nomeado como Flourish // Perish. A sequência de prévias mostradas antecipadamente pela Web fisgou parte do público para que aguardassem até que as demais composições viessem a tona com a liberação oficial do material, no entanto, a banda deixou um pouco a desejar ao revelar o restante de seu material.

Permeado por percussões desconexas, porém coesas, do começo ao fim, o registro tem seu fio condutor aliando as tais batidas com experimentações eletrônicas. Sintetizadores em sequência e aplicações pontuais, além de vocais elevados a um viés lírico, porém reciclado com edições ecoadas e sua multiplicação que forma uma teia sonora agradável adaptada a um nível etéreo encantador. Freund, December, Girl e Ebben podem ser associadas a um misto de referências passadas, como Kate Bush, até a nomes atuais – Zola Jesus, Austra e Julianna Barwick seriam figuras fáceis nas obras da trinca, embora traga elementos mais modernos em seus arranjos.

Hossak poderia ser uma faixa dedicada aos entusiastas de Bat For Lashes em sua fase mais recente com o disco The Haunted Man, trabalho que faz ótima sinergia com a tal obra dos canadenses, tendo a composição quase como uma irmã gêmea perdida de Khan. Já Together aparece como uma aposta ainda mais melódica e adocicada de um trabalho em potencial de The Flying Lotus. O maior ponto do álbum vem através de In Kind, que promove praticamente uma viagem sensorial por toda a extensão da música, com refrões poderosos e uma variação entre o rítmico e o ébrio em uma dose Pop adequada e que faz falta no restante do trabalho, relembrando até mesmo a união de duas grandes bandas responsáveis por notáveis trabalhos em 2012: Beach House e Dirty Projectors.

Apesar de traz elementos que ainda surpreendem em uma técnica apurada, Brais peca na maneira de demonstrar toda sua flexibilidade que não vem como a mais assertiva, deixando escapar pelos dedos canções que se melhor trabalhadas, poderiam “hitar” e ser boas lembranças futuras do Alt Rock e da música eletrônica experimental dos anos 10.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.