Resenhas

Julianna Barwick – Nepenthe

Músicas te colocam em estado de sonho em uma obra introspectiva e contemplativa, como bandas como Sigur Rós ficaram famosas em fazer

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Ano: 2013
Selo: Dead Oceans
# Faixas: 10
Estilos: Post-Rock, Experimental
Duração: 41:35
Nota: 3.0

Sabe quando Sigur Rós lança uma música que, de alguma maneira, consegue te colocar em um estágio avançado de sono e você parece estar sonhando de olhos abertos? Julianna Barwick tem um trabalho que me lembrou muito o estado de contemplação que fico com o corpo inteiro ao ouvir a banda islandesa. Seu álbum Nepenthe mostra isso.

Não se trata de música para qualquer gosto ou para qualquer momento, mas é daqueles casos em que, se você gosta dessa pegada, vai ficar muito satisfeito com as melodias abertas, de notas bem prolongadas, que se misturam aos graves em uma ambientação onírica, quase fantástica. Pode te lembrar trilhas sonoras de cenas dramáticas em filmes ou games, principalmente de ficção-científica e fantasia.

A grande diferença de seu som para a da banda de Jónsi é que os vocais estão mais em primero plano das músicas de Sigur Rós, enquanto aqui eles aparecem como mais um conjunto de timbres junto aos órgãos e cordas. Aliás, o trabalho foi gravado lá mesmo na Islândia, para onde a musicista norte-americana viajou durante o escuro inverno da ilha para conceber este material.

Todas as dez faixas são bastante parecidas umas com as outras, então fica aquela sensação de que se você gostar da música que ouvir, certamente vai curtir o álbum como um todo – e, da mesma forma, se sons assim não te agradam, você não vai achar algo no disco pra curtir.

Para quem se interessar, a jornada será muito prazerosa. As faixas trazem uma doçura e uma densidade muito interessantes. Aconselho pegar uma xícara de uma bebida quente e desfrutar da música no calor dos fones de ouvido. Ideal para ser a trilha de algum trabalho criativo, como desenhar ou escrever, em uma tarde de inverno.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.