Algo aconteceu com Shaun Durkan e sua banda desde Sports, primeiro álbum do Weekend, que data de 2010. Embora no mesmo caminho desde então, trilha que passa pelo EP de 2011, Red, e mantendo a mesma essência musical, é bastante notável alguma evolução na sonoridade do grupo, que chega agora até nós através seu segundo álbum completo, Jinx.
Neste amadurecimento bem sucedido, o grupo combina o melhor do Post-Punk com o Shoegaze em sua fórmula pessoal, e, apostando na qualidade das composições, de produção cuidadosa, apoia-se no uso do ruído a favor do ritmo e da melodia das músicas (ao contrário das vertentes mais comuns dos gêneros, que normalmente extraem da sujeira proposital o peso de seu som). Soando, assim, mais melancólico do que “revoltado”, sem deixar de manter, por essa razão, o volume sempre alto com sua distorção das guitarras no talo.
Embora deixe escapar certa imaturidade nas letras, que me parecem reflexos sintomáticos dos conflitos emocionais que são os temas escolhidos para as canções, é justamente a tal “fórmula” própria que os garotos têm para o arranjo das canções que torna o álbum coeso. Com o foco na composição, as largas passagens instrumentais claramente não se apresentam à toa e comandam a sensação do ouvinte por um caminho específico de propósito.
Há algo de gótico na escolha da ambiência do álbum, mas tal tentativa, no ritmo natural de criação da banda, quase acaba pendendo mais ao Hardcore ensolarado do que o clima arrastado e sombrio dos primeiros. Com a mesma disposição dos garotos do Beach Punk, todavia ligeiramente mais tristonhos, os Weekend, notavelmente amadurecendo, não decepcionam os amantes do estilo com sua nova obra de sabor meio amargo. Um Swans encontra Depeche Mode, ou algo do tipo. Vale a ouvida.
