Certamente essa onda revivalista dos anos 80 (mais especificamente de ritmos como Disco, Funk e Soul) não começou com Daft Punk, mas a dupla Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo, com seu novo e tão falado Random Access Memories, conseguiu revitaliza-la de uma forma estrondosa e partir daí muita gente vem seguindo o clima propicio a este tipo de produção e se enveredado por uma das décadas mais dançantes da música.
O iniciante duo de Campinas, Loxxo, formado por Victor Bueno e Bruno Urvanegia, surgiu dessa nova onda e surfa na French House e Disco em suas composições. Com ainda muito pouco tempo na estrada (o primeiro single foi liberado em maio deste ano), a dupla brinca com os estilos em uma produção limpa e urgente que tem como principal meta botar seus ouvintes para se mexer. As quatro faixas de seu primeiro EP, Toast, mostram muito dessa aproximação e intimidade às pistas, mas também alguns erros – culpa ainda da imaturidade como produtores.
A pequena Intro brinca com áudios trazidos de um filme e no clímax da cena, que acontece após um tiro e a dramática trilha sonora, o duo brinca com um loop e com uma adição de batidas. Um começo inusitado e que não prepara para o ouvinte para o que está por vir, sendo a faixa mais dispensável do EP. Na sequência, You Took My Mind mostra mais do que veremos no restante das faixas: recortes vocais (geralmente um ou duas frases) aparecendo em toda sua extensão, e batidas e samples que emanam muito da vibe Disco e Funk. Por mais divertida que seja, a faixa se torna cansativa por trabalhar em cima de uma só ideia e groove por mais de seis minutos. As brincadeiras com pitch também se tornam um pouco repetitivas, mas nada que arruíne os bons momentos da música.
Everynight mantém esta mesma proposta hedonista e dançante, porém mergulha de vez no revival – ao ponto de às vezes soar caricato. Mas samples bem escolhidos (como as guitarrinhas suingadas e as inserções vocais e instrumentais) são colocados no lugar certo, na hora certa e fazem dela a mais divertida do EP. Winter Club fecha a pequena obra de forma econômica, mas sem abandonar o clima que vinha mantendo até então. No geral, Toast se mantém divertido, mas em alguns pontos peca por tentar se estender demais em uma só ideia ou não tentar trazer algo de fato novo ao que já acontece na cena em que surfam. Potencial, há; só falta tempo para a dupla desenvolve-lo.
