Resenhas

Austra – Olympia

Segundo disco da canadense ganha o apoio de um conjunto, e mostra-se uma decisão acertada em sua carreira. Confira aqui a nossa análise.

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Ano: 2013
Selo: Paper Bag, Domino
# Faixas: 12
Estilos: Synthpop, New Wave
Duração: 45:00
Nota: 4.0
Produção: Austra

Austra alcançou notoriedade ao lançar o seu disco de estreia, Feel It Break em 2011. Figurando em algumas listas de grandes álbuns daquele ano, a canadense Katie Stelmanis mostrou o seu talento através de um timbre de voz incrível e também devido a sua criatividade inventiva ao realizar o seu primeiro trabalho inteiramente sozinha, gravando-o em seu quarto. No entanto, em seu segundo disco o seu talento para criar bons Synthpops ganha o belo reforço de uma banda, totalizando um grupo de 6 pessoas e muito mais expansão sonora em Olympia.

O acréscimo de uma banda, e de uma reprodução ao vivo de composições eletrônicas demonstra ser a decisão mais acertada na carreira de Austra. As músicas ganham muito mais impacto, e transformam-se em momentos propícios tanto para as pistas de dança como belos concertos. Pegue, por exemplo a faixa Sleep, delicada em sua linha de guitarra sintetizada e sua percussão vibrante, e tente não sentir uma grande curiosidade em vê-la sendo criada diante de seus olhos. O single Home é uma canção que causa uma grande comoção na sua primeira execução. Um piano intenso dá o tom inicial até que uma quebra de ritmo permite que tal linha se transforme em dança ao ser acrescida de um baixo pulsante.

Este limbo entre a dança e a introspecção, faz deste disco uma ótima mistura entre Soul e música eletrônica e deve certamente agradar aos fãs de Rhye e suas-cinco-bananinhas, providas pelo Monkeybuzz. No entanto, espere um pouco mais de elementos sintéticos, todos reproduzidos em estúdio ao invés de computadores, no lugar de batidas mais orgânicos. Tal fato não incomoda em nenhum momento, e as transições entre cada faixa soam naturais como um disco com tantos elementos eletrônicos dificilmente faz. O segundo single, Painful Like é um exemplo desta linha tênue dita anteriormente, os pés pedem uma pista de dança enquanto a linda de voz de Stelmanis demanda um momento de intensa reflexão.

Seguindo timbres elevados como os de Florence e Daughter, a cantora parece no entanto, alcançar uma identidade própria justamente pela diversidade de composições vistas no disco. Temos aqui um ótimo Reggae em We Become, faixa com uma pegada dos 80 semelhante ao Talking Heads, mas que mostra um lado um pouco menos extrovertido.What We Done? choca pela sua expansão sonora e pelo fato de ser a faixa inicial do disco, demonstrando uma grande confiança sobre o conteúdo seguinte da obra. Outras músicas mostram diferentes orquestrações como You Change My Life que começa basicamente só com a voz e dá metade pra frente continua de forma instrumental somente. Reconcile talvez seja a mais surpreendente e melhor composição do disco. Início expansivo através de um sintetizador viciante e um ordenamento de instrumentos e voz que lhe concedem um ar bastante épico.

Em seu segundo disco, Austra cria uma obra dividida mas coesa. Sua voz parece levar o ouvinte para longe, devido a sua intensidade e potencial mas ao mesmo tempo, em um segundo momento, vemos os pequenos detalhes de um disco que é gravado com instrumentos de verdade:linhas de baixo, piano, baterias não tão eletrônicas assim e backing vocals que dão suporte a toda composição. No final das contas, estamos prontos para dançar ou curtir as músicas sozinhos em casa mas de uma forma ou de outro você vai se empolgar com faixas como Annie(Oh Muse, You), Forgive Me, entre outras. Sem traumas, a sequência do debut parece trazer novos ares a, agora banda, canadense, e é um interessante disco dentre a enxurrada de títulos Synthpop vistos na atualidade.

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BOM PARA QUEM OUVE: Rhye, Daughter, Florence + The Machine
ARTISTA: Austra
MARCADORES: New Wave, Synthpop

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.