Quem diria que um dos nomes mais celebrados do Folk contemporâneo sairia justamente da Suécia, um dos principais exportadores da música Pop? Pois é desse país escandinavo que vem as irmãs Johanna e Klara, a dupla First Aid Kit, que firmam seu status entre os favoritos do gênero com o lançamento de seu segundo álbum, The Lion’s Roar.
A faixa-título é também a de abertura e traz um instrumental que começa tímido e cresce na medida certa para encontrar os vocais das meninas – o grande protagonista desse trabalho. Seguindo a tradição Folk, elas criam harmonias com alguma veia caipira que não imaginaríamos encontrar em duas jovens dos subúrbios de Estocolmo.
Emmylou faz referência aos músicos Gram Parsons e Emmylou Harris, mostrando que elas conhecem bem o gênero que cantam. In the Hearts of Men continua a trabalhar com instrumentos discretos para serem base do vocal melancólico típico do Folk, enquanto Blue tem um pezinho maior no Indie Pop, mas sem perder o rumo interiorano das demais canções.
A quinta faixa, This Old Routine, tem um clima mais puxado para o Country, soando mais grandiosa que as outras até agora, e dá até a impressão que estamos ouvindo a última do disco. É aí também que percebemos que as canções de The Lion’s Roar são um pouco longas, em média com uns 4 minutos e pouco, e elas talvez seriam melhor aproveitadas no disco se fossem um pouquinho mais curtas.
To a Poet, a faixa seguinte retorna ao Folk mais puro, com ajuda de belas cordas que fazem a harmonia das vozes brilhar ainda mais. I Found a Way segue a mesma proposta, soando otimista e esperançosa, decorada com instrumentos de sopro nos lugares certos.
É então que surge Dance to Another Tune, faixa que se dá a liberdade de expandir a sonoridade do disco tanto para o lado mais Indie, quanto para a influência do Pop sueco no vocal, principalmente na última parte. A canção não deixa de ser coesa com o resto da produção, apenas encontra outras referências para enriquecer sua sonoridade.
Após a tímida, mas bela, New Year’s Eve, chega o encerramento com King of the World, e participação de Conor Oberst, do Bright Eyes junto com um instrumental mais recheado, com acordeon e metais, fazendo uma verdadeira apoteose caipira para uma obra coesa e que nos lembra que o espírito Folk se espalha livremente pelos países ocidentais, sem se importar com fronteiras e sempre produzindo música de altíssima qualidade.