Resenhas

She & Him – Volume 3

Mais um capítulo do que o grupo vinha apresentando desde sua estreia, sem tirar nem pôr, mas ainda assim muito agradável

Loading

Ano: 2013
Selo: Merge Records
# Faixas: 14
Estilos: Indie Pop, Indie Folk
Duração: 42:35
Nota: 3.5
Produção: M. Ward
SoundCloud: /tracks/80395825

Volume 3 continua exatamente onde Volume Two parou, com Zooey Deschanel estrelando e mostrando suas letras fofas, performáticas e profundamente românticas e com M. Ward como protagonista, arranjando e produzindo o mesmo Pop retrô que trouxe o nome da dupla She & Him aos holofotes em 2008. Sim, este álbum não passa de mais um pastiche de obras Pop da década de 60 e do próprio trabalho do duo, porém o resultado é tão Pop, acessível e encantador que não há como passar por essa obra sem que haja certo encantamento, aquele fascínio quase infantil. E, ao contrário do que se pode imaginar, as grandes similaridades entre todos os volumes da obra, não as tornam redundantes, elas só reafirmam a validade da boa fórmula criada pela dupla em seu debut.

Se em Volume Two Zooey já dava sinais de estar mais confiante com sua voz e escrita, aqui ele aprimora ainda mais esses atributos, além de reforçar também sua personalidade através de suas canções. Mais uma vez, sua lírica, sempre baseada em temáticas amorosas, se encaixa perfeitamente nos moldes do Pop sessentista, passando por estilos como Doo Wop, Rock, Folk, Country e Surf Pop. Sua voz e os arranjos precisos de M. Ward conseguem emular muito bem a musicalidade da década, mas sem necessariamente se prender ao que foi proposto lá. Tanto que, neste álbum, assim como em seu antecessor, a dupla consegue fundir dois ou mais gêneros em uma só faixa, gerando uma riqueza ainda maior do que foi visto em Volume One.

Mais uma vez, o duo mostra grande liberdade ao aventurar-se por humores e sonoridades diversas: há a frieza roqueira da inquieta Snow Queen, a divertida e pegajosa Somebody Sweet to Talk To, o clima R&B de Together e o eminente término de um relacionamento, a encantadora baladinha Pop em Something’s Haunting You, o pessimismo embalado pelo Doo Wop em Shadow of Love e outros tantos olhares sobre relacionamentos, seja os que estão acabando, os que estão começando ou ainda os platônicos, mas sempre se atendo a esse viés romântico.

Para não contrariar o que já havia sido feito anteriormente, há aqui dois covers, um para Hold Me, Thrill Me, Kiss Me (hit originalmente gravado por Karen Chandler, em 1952, mas que ficou famoso em 65 na voz de Mel Carter) e outro para Sunday Girl, de um dos grupos precursores do New Wave em Nova York, Blondie. Os singles Never Wanted Your Love e I Could’ve Been Your Girl, como já de costume, são os grandes destaques do álbum e foram os responsáveis por divulgar a obra e chamar a atenção do público – o que fizeram com louvor.

No fim das contas, este é mais um “She & Him”, sem tirar, nem pôr. Mais uma obra que se apoia no som retrô e nas fofuras de uma vocalista carismática. Mas, mesmo com outros tantos discos se inspirando nos mesmos artistas e épocas em que Zooey e Ward se inspiram, essa mistura feita por eles é de certa forma única e o principal motivo para isso é o todo o charme e insistência da moça neste tipo de som – o que mais uma vez reforça a ideia de que, em She & Him, ela está atuando como si mesma (e o que geralmente faz em seus filmes também).

She & Him – Never Wanted Your Love

Loading

BOM PARA QUEM OUVE: Kate Nash, Regina Spektor, Lana Del Rey
ARTISTA: She & Him
MARCADORES: Indie Fok, Indie Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts