Resenhas

White Fence – Cyclops Reap

Mais uma vez enraizado na psicodelia sessentista, Tim Presley destila suas referências em onze novas faixas

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Ano: 2013
Selo: Castleface
# Faixas: 11
Estilos: Folk Psicodélico, Lo-Fi, Rock Psicodélico, Neo Pscodélico
Duração: 37:26
Nota: 3.5
SoundCloud: /tracks/79130070

Em seu novo disco, Tim Presley – mais conhecido como White Fence -, trouxe mais uma vez sua característica sonoridade sessentista. Enraizado no Rock feito naquela época, o músico abusa (novamente) das influências psicodélicas de Syd Barret, The Beatles, The Doors e outros expoentes daquela década que se estabeleceram como precursores do estilo.

Cyclops Reap traz onze canções que mostram o encontro dos vocais letárgicos, boas letras e a habilidade de Tim em produzir boas melodias em sua guitarra. Elas mostram o grande espectro de vertentes do Rock Psicodélico nas quais o músico se inspira e consegue reproduzir com maestria. Mesmo não trazendo grandes novidades a quem já acompanha a carreira do músico há algum tempo, esse é um bom disco e cumpre o papel revivalista proposto nas suas demais obras.

Chairs in the Dark inicia o álbum mostrando a dinâmica entre letra, voz e instrumentação – com o destaque para a guitarra de Tim, que abusa dos pedais de modulação e distorção, criando diversos timbres que ora são ásperos, ora são incrivelmente dóceis. Ela traz ao presente a aura de Revolver, disco clássico dos Beatles. Um dos principais singles do álbum é Pink Gorilla, que pode remeter bastante ao encontro de Presley e Ty Segall em Hair, lançado no ano passado. A faixa mostra as virtudes do guitarrista em uma das músicas mais agitadas e viciantes de todo o álbum.

Marcando a metade do disco, a dobradinha Live On Genevieve e To the Boy I Jumped in the Hemlock Alley apresenta ótimas melodias que parecem hipnotizar o ouvinte. As faixas mostram a versatilidade e adaptabilidade do músico em criar canções extremamente fáceis aos ouvidos – daquelas que você irá ficar com a melodia presa na cabeça por dias e irá cantarolar sem perceber. Mais um exemplo disso vem com a ótima baladinha Make Them Dinner at Our Shoes que mostra a grande sensibilidade Pop do músico.

Perto do fim da obra, Tim traz elementos do Folk e Country à sua usual mistura. O resultado é Only Man Alive, canção que pode lembrar bastante a aura de Johnny Cash, e Run by the Same, que tem um quê de Bob Dylan (em meio a uma viagem de ácido).

Cyclops Reap é um bom disco – ainda que sem nenhuma grande novidade – e aprimora muitos pontos que já haviam dado certo em seus discos anteriores. De qualquer forma esse é um disco revivalista e cumpre exemplarmente seu papel, o que pode fazer com que muitos ouvintes que não conhecem suas referencias as busquem.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts