Resenhas

Yeah Yeah Yeahs – Mosquito

Depois de quatro anos, trio está de volta e mostra que já não é mais tão relevante em um cenário que ajudou a ampliar há quase uma década

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Ano: 2013
Selo: Interscope
# Faixas: 11
Estilos: Rock Alternativo, Indie Rock, Dance Punk
Duração: 47:35
Nota: 3.0
Produção: Nick Launay, David Andrew Sitek
SoundCloud: /tracks/81814223
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fmosquito-deluxe%2Fid

Dono de uma mistura peculiar, que trazia influências do Rock Alternativo, Indie Rock, Dance Punk e até um pouco do Post-Punk, o trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeah teve um papel importantíssimo no começo dos anos 2000 ao ajudar a consolidar a Música Alternativa no gosto popular e ao representar o que seria a música feita no começo da nova década. Após quatro anos sem lançar nada inédito, período entre It’s Blitz! (2009) e Mosquito, a banda está de volta e mostra um disco cheio de referências ao seu passado, mas que tenta também trazer novas ideias à mesa, tentando, sobretudo, soar fresco.

Neste álbum, o grupo parece se amparar na sonoridade pré-It’s Blitz!, em que as guitarras comandavam grande parte das canções – Slave, Area 52 e a faixa-título exemplificam essa escolha por riffs fortes, mas ao mesmo tempo Pop. O sintetizador, muito usado neste disco de 2009, ainda continua presente, porém agora assume o papel de coadjuvante e está lá para apoiar a guitarra e a voz de Karen O.

Sacrilege abre o disco de maneira arriscada. A banda mostra logo de cara sua melhor música e o que podia servir para prender o ouvinte pode, na verdade, desestimulá-lo ao ver com a passagem das faixas que esta é a única do tipo em todo o disco. Ela é uma das mais completas e mostra o encontro das guitarras, sintetizadores, um coro gospel e a versátil voz de Karen em perfeita harmonia – o que infelizmente não acontece no restante do álbum, que segue por outros caminhos que não satisfazem a expectativa criada por este single.

Expectativas à parte, o disco continua mostrando essa mistura que remete ao passado da banda, mas sem a pretensão de soar saudosista, pois ao mesmo tempo o trio olha para frente e tenta de alguma forma se inovar. Em Under The Earth, por exemplo, a banda tenta emular o clima do Reggae e, na esquizofrênica These Paths, abusa dos recortes eletrônicos em uma espécie de proto-Flying Lotus. Buried Alive é mais um destes momentos, porém melhor arquitetado. Além da participação do rapper Dr. Octagon, a faixa conta com a produção de um dos grandes nomes do Dance-Punk, o ex-LCD Soundsystem James Murphy.

Músicas mais lentas também comandam grande parte de Mosquito. Subway é uma homenagem a Nova York, cidade-natal do trio, e a faixa é construída com como se estive seguindo o ritmo do metrô – e você vai perceber que durante toda sua extensão se pode ouvir o barulho do trem andando sobre os trilhos. A tríade final (Always, Despair e Wedding Song) também se dedica a esses momentos mais calmos e cria um bom encerramento, sendo a última faixa uma das mais belas canções que o trio já lançou.

Mesmo contendo boas faixas e algumas novidades, o disco peca por posicionar mal seus singles e por apresentar pouca unidade entre suas canções. Longe de alcançar a mesma qualidade de seus lançamentos anteriores, Yeah Yeah Yeahs pode agradar os velhos fãs com a variedade de Mosquito, mas passa longe de ter a mesma relevância que teve há uma década ou de alcançar novos ouvintes com este disco.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts