Resenhas

Depeche Mode – Delta Machine

Com 33 anos de carreira, trio ainda se mostra grandioso com seu novo álbum, que não deixa a desejar para os seus clássicos

Loading

Ano: 2013
Selo: Columbia Records/Sony Music
# Faixas: 13
Estilos: New Wave, Synthpop, Industrial
Duração: 57:55
Nota: 4.0
Produção: Ben Hiller
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fdelta-machine%2Fid59

O tempo na carreira de um artista, ou de uma banda, pode ser muitas vezes traiçoeiro, o deixando no esquecimento ou desatualizado das novidades e da demanda da cena musical na qual ele se encontra e faz parte e acaba muitas vezes engessando sua sonoridade. Entretanto, quando se é um nome que marcou uma época e foi responsável por ser referência da mesma ou de um estilo, isso dificilmente acontece – muito por causa de sua grandiosidade, que se torna sólida e eterna, como pudermos ver no último disco de David Bowie.

Apesar dos 33 anos de carreira, Depeche Mode se mostra atemporal e continua forte, sabendo o que faz por traz de seus sintetizadores e baterias eletrônicas, que fizeram milhares de jovens pelos anos 80 guardarem seu dinheiro da mesada para ir a uma loja de discos comprar o vinil de Music for the Masses ou de Vilators. Agora em 2013, os jovens daquela época correm para frente do computador e abrem seu iTunes para adquirir Delta Machine, por que o grupo ainda é o mesmo daquela época e continua nos hipnotizando com suas músicas densas e carregadas de luxúria.

O disco abre com Welcome to my World, que recepciona o ouvinte com uma batida de graves intensa e que o faz arregalar os olhos e palpitar o coração no mesmo ritmo cadenciado mas marcante da faixa. Um bom jeito de mostrar que os tiozões ingleses ainda sabem fazer aquela música que hipnotiza e prende o ouvinte pelo tímpano. A seguir, temos Angel, que se mostra bem com a marca do Industrial/New Wave/Synthpop da banda. Uma faixa entorpecente, luxuriosa, sensual, e cantada com dor e angústia em meio a um minimalismo envolvente.

Um dos singles do álbum, Heaven, vem introspectivo e com amargor bonito. Com quase todos os versos iniciados pelo pronome “I” (“Eu”), a canção descreve um momento de reflexão do emissor. A construção é belíssima, com quebras feitas por advérbios de modo jogados entre versos, dando tônica e sentimento que vai se se somando ao passar de sua extensão e vai dando ao ouvinte a tradução de como está se sentindo o emissor, como podemos ver em “Sometimes I slide away/Silently/I slowly lose myself/Over and over/Take comfort in my skin/Endlessly” (“Ás vezes eu saio de lado/ Silenciosamente/Eu lentamente me perco/ Várias vezes/Conforto-me em minha pele/Continuamente”) e tudo isso no marcante vocal de Dave Gahan. Para quem gostar do modelo, The Child Inside repete a dose nos mesmos sentidos e emoções. Ótimas músicas para se apreciar o vocal de Dave – do jeito que nós gostamos. O outro single, Soothe My Soul se mostra bem “okay”, com pouca evolução ou espirito contagiante, entretanto, não decepciona e se mantém como uma faixa na média em sua aparição pelo final do álbum.

No geral, vemos um álbum que atende toda as espectativas que esperamos de uma banda importante como é Depeche Mode. Mesmo no décimo terceiro disco de estúdio, e com a mesma fórmula de sempre, vemos as músicas com seu selo de qualidade e observamos que o grupo soube muito bem se apresentar novamente ao grande público sem soar maçante ou repetitiva, muito pelo contrário, só fez o número de faixas de seu incrível repertório aumentar em mais 13.

Acredita-se que quase todos que estejam lendo essa resenha conheçam Depeche Mode. Para esses, fica a dica de garantir seu exemplar de Delta Machine, mais um disco brilhantemente elaborado pelo trio, com tudo na medida: melodias que não enjoam, letras belíssimas e arranjos impecáveis. Aos que não conhecem, fica a dica de buscar sobre a banda, e, se quiser, pode inclusive começar por esse último disco, pois este, não deixa nada a desejar para os platinados e dourados discos anteriores do grupo.

Loading

BOM PARA QUEM OUVE: She Wants Revenge, New Order, Interpol
ARTISTA: Depeche Mode

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).