Os poucos dezessete anos da ruiva e sardenta Chlöe Howl já se mostram um tanto suficientes para começar a traçar um bom caminho dentro da música atual. Tendo dado um pontapé inicial no passado com o single No Strings, a garota chamou atenção por emplacar um bom hit que mesclava boas influências do que melhor se destacou nos últimos tempos dentro do Indie Pop: Sintetizadores irmãos do hit Pumped Up Kicks, da banda Foster The People, e de Acceptable In The 80s, de Calvin Harris antes de ser apenas DJ. Os vocais roucos e deliberadamente provocantes transitam entre os carregados sotaques e notas seguras de Adele variando entre o apelo radiofônico de Jessie J e a capacidade de se equilibrar nisso tudo como fez Lily Allen em seus primeiros registros, resumindo bem o que deve ser o olhar do público perante a jovem daqui para frente.
Depois disso, Chlöe engatou numa marcha ainda mais dançante ao revelar a segunda canção há pouco mais de um mês e que leva também o nome de seu fugaz EP, Rumour. Com batidas mais aceleradas e marcadas, a faixa é preenchida com um novo e diferente número de camadas eletrônicas concebidas pelas teclas e por um caminho de diversão menos óbvio. Elevando o refrão de vez como destaque em uma sequência de loopings frequentes e que trazem em sua letra uma reflexão confessional tratada em terceira pessoa, a ciação sonora soa mais como uma lembrança vista a bons olhos do que como um próprio lamento, se analisada sem qualquer melodia.
I Wish I Could Tell You é a mais recente música apresentada pela inglesa e que fecha seu rápido material. A produção neste momento reacende e firma ainda mais a assimilação a Adele, agora em também em sua estrutura, que segue uma linha melancólica e vai num caminho contrário dos primeiros hits dançantes. Enquanto elucida uma amor contido e conturbado em versos fáceis, a faixa se descorre embebida numa balada triste que se diferencia em relação às demais, mostrando uma desaceleração rítmica e uma sequência sintetizada que segue o clima de reclusão e ainda assim finaliza o trabalho de maneira cíclica. O efervescente disco de Howl posiciona-se como um rápido aperitivo para um futuro banquete a ser preparado pela própria, que agora também conta com apoio do selo Sony Music, prometendo ser um bom nome a se ficar de olho e a despontar como alvo fácil da música Pop.