Não é nada simples fazer boa música instrumental. É preciso quebrar uma certa erudição que o tema carrega por si só e criar obras que chamem a atenção do público sozinhas, sem palavras que guiem o ouvinte ao longo de uma narrativa lógica. Pelo contrário: Na linguagem musical, as composições feitas sem letra são as mais abstratas.
É assim que surge o novo trabalho da banda norte-americana Balmorhea, o álbum Stranger. Suas dez faixas trazem diálogos entre diferentes timbres (acústicos, elétricos e eletrônicos) em uma ambientação um tanto onírica e sempre em busca de muita beleza – e é essa a mensagem comunicada.
O disco soa otimista, cheio de cores quentes e paisagens ensolaradas em cenas de cortes rápidos e planos sobrepostos, como se cada música fosse um próprio videoclipe de suas próximas férias.
Seja cheio de energia, como em Fake Fealty e Dived, ou mais intimista, como em Shore, o disco sabe chamar nossa atenção. Ainda assim, a longa duração de algumas faixas, por mais dinâmicas que elas sejam, pode deixar a experiência de ouvi-lo um pouco cansativa, ainda que nunca tediosa.
É bom para colocar como trilha na correria cotidiana ou para uma viagem, mas é ainda melhor parar e conseguir desfrutar melhor da beleza do trabalho da Balmorhea. Arte pela arte tem disso.