Resenhas

of Montreal – Daughter of Cloud

As faixas descartadas e lados-B gravados por Kevin Barnes e companhia nos últimos quatro anos foram compiladas em um disco esquizofrênico

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Ano: 2012
Selo: Polyvinyl
# Faixas: 17
Estilos: Rock Experimental, Pop Psicodélico
Duração: 56:19
Nota: 2.5
Produção: Kevin Barnes

Desde 2007 o sexteto of Montreal tem mostrado um som que vaga entre o Pop com tendências Psicodélicas e a completa esquizofrenia. Até aquele ano, o grupo lançava suas músicas baseadas no Twee e seu líder, Kevin Barnes, cantava sobre seus problemas e personagens de sua cabeça. A partir de Hissing Fauna, Are You the Destroyer? (2007) a banda foi tomada por um experimentalismo freak, que a fez embarcar em diversos gêneros nos seus futuros lançamentos. No período entre aquele álbum e Paralytic Stalks (2012), a banda lançou quatro discos e, de cada um deles, sobraram faixas não gravadas ou lados-B que agora formam o mais novo lançamento do grupo.

A compilação intitulada Daughter of Cloud nada mais é que um apanhado de canções datadas daquela época e que em maior ou menor grau demonstram o quão psicótico pode ser o som do of Montreal. A esquizofrenia não está presente somente nas letras: cada uma das faixas, até por terem sido tiradas de anos e discos diferentes, segue rumos completamente diversos e, por mais que esteticamente quase todas sejam muito divertidas, elas podem desnortear quem não está acostumado com a proposta da banda.

O disco pode ser cansativo por manter sua energia excessiva quase o tempo todo, mas, se você quiser cair na pista com músicas não muito usuais, pode contar com Barnes e sua turma para animar sua noite: Sails, Hermaphroditic, Our Love is Senile ou Partizan Terminus podem ser boas escolhas por manter a animação ao máximo o tempo todo.

Com uma banda dessas, talvez, nada mais poderia te surpreender, mas em meio às 17 canções há duas que chamam a atenção quase instantaneamente. Feminine Effects conta com a voz de Rebecca Cash, que pega a essência dos vocais de Barnes e insere em um contexto diferente das ultimas produções da banda. A música é lenta, quase uma baladinha Country e parece recuperar os primeiros anos do grupo. Expecting to Fly é outra que tem essa qualidade hipnótica, mantendo mais uma vez a simplicidade, com um vocal ecoante e, às vezes, sombrio que é potencializado pelas duras notas de piano.

Se você é um fã da banda, pode ser interessante ouvir o álbum e ver o que of Montreal mantinha escondido em seu baú, Mas, se você ainda não a conhece, pode ter a impressão errada au ouvir somente esta compilação. Mesmo não adicionando muito a carreira do grupo, o passeio esquizofrênico pelas 17 faixas do disco pode ser realmente divertido ou incrivelmente perturbador.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts