“Música de festival que você quer ouvir em casa”: Eis a maneira mais direta de resumir o que Mount Kimbie fez em seu Love What Survives, seu terceiro álbum.
Nele, o duo britânico consegue realizar um equilíbrio interessante entre um certo experimentalismo e uma vibe mais festeira, sabendo fisgar o ouvinte com algumas músicas instrumentais de duração certa (em média quatro minutos) e outras com convidados de peso, como King Krule, Micachu e James Blake (que aparece duas vezes, em We Go Home Together e How We Got By).
Essas duas características são importantes para revestir o disco com uma camada de simpatia aos ouvidos menos interessados em experimentações com a música Eletrônica, ainda mais quando elas vêm acompanhadas de classificações como Post-Dubstep e Art Pop. Love What Survives é um dos felizes casos de obra que pode ser catalogada com todos esses termos, porém o que fica da audição não é a fluência dos artistas nessas linguagem, mas sua qualidade como um todo.
Mount Kimbie soube escolher as músicas a dedo, criando um repertório denso e cheio de pontos altos. E se as faixas cantadas se destacariam naturalmente nesse contexto, algumas das faixas sem voz sabem impor respeito ao incorporar timbres, repetir seus temas e criar ambientações bastante volumosas, sejam elas mais psicodélicas (como Delta e Audition) ou na tendência das influências caribenhas de hoje em dia (SP12 Beat).
Ao final das audições, Love What Matters parece ser um trabalho que sabe agradar não por se esforçar em ser popular, mas por conseguir entregar músicas excelentes sem perder sua vibe de entretenimento. Um dos discos mais interessantes da temporada, talvez do ano.
(Love What Matters em uma música: Audition)
