Resenhas

Kithkin – Takers & Leavers

Quem diria que quatro garotos da Universidade de Seattle iriam fazer um EP tão bom? O grupo consegue unir o melhor de seu lado rítmico com melodias alegres e festeiras, mas o que eles gostam mesmo é de batucar

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Ano: 2012
Selo: Independente
# Faixas: 8
Estilos: Experimental, Indie Tribal, Drums, Indie Pop,
Duração: 25:15
Nota: 4.0
Produção: Kithkin

Quem diria que quatro garotos com um gosto estranho para música (e um certo apreço por batucar em tudo o que vê pela frente) fariam um som tão bom? Essa é mais ou menos a ideia por trás do Kithkin, tanto nas suas preferências não muito usuais, quanto na propensão pelo batuque. Não é nada do que a gente já não tenha ouvido, mas é de um frescor que comove quando se ouve.

Ao invés de contar com o baterista no “ali atrás na cozinha”, está todo mundo na sala fazendo uma grande festa. Esse som percussivo está escancarado em Takers & Leavers, primeiro EP da banda, gravado todo numa pequena sala de música na Seattle University, onde todos se conheceram.

A vibe do Kithkin transita entre o som do Holger (com seus batuques tribais) e o Vampire Weekend (com suas guitarras suingadas). O carro chefe da banda fica por conta dos tambores e bateria, enquanto a guitarra e o baixo só estão ali só pra dar a liga. O clima tribal também esta presente no duo de vozes muitas vezes gritadas de Keaton e Alexander.

O EP se mostra bem sucinto e energético, em aproximadamente 25 minutos o quarteto consegue criar seu turbilhão rítmico distribuído em oito músicas. A grande festa tribal está armada, com todos os elementos que tem direito.

(Din I) é o primeiro prelúdio, ao poucos vai criando um clima tenso e tribal, com seus tambores ecoantes e gritos primais. Ampersand começa com um grande grito e ao poucos vai ganhando o acompanhamento da guitarra e o característico batuque entra logo em seguida, explodindo em uma grande sessão rítmica e um final catártico. Goliath ganha o acompanhamento também do teclado, que logo é deixado e lado para espaço ao suingue das guitarras. Como sempre, a percussão é marcante.

(Din II) é a pequena introdução de uma das melhores músicas desse EP, Move Slow, que se destaca das outras por conseguir transitar entre o leve e o pesado de uma forma incrível, além de conter uma das batidas mais memoráveis de todo o disco. Treefell deixa de lado a agitação sem deixar de lado a batucada. Mais calma que as outras, ela conta um lindo xilofone que dá um toque especial à música.

(Din III) abre caminho pra faixa que fecha o disco. No Eyes conta com um baixo pulsante um incrível coro, explodindo no refrão “It’s not I’m afraid to die, I just terrified to lie”. Nesse clima de Indie Tribal, o disco acaba nos deixando com aquele gostinho de quero mais. Com certeza, esses garotos do Kithkin ainda tem muito o que nos apresentar de sua música, e desde já esperamos o primeiro álbum da banda.

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BOM PARA QUEM OUVE: Vampire Weekend, Holger, Fleet Foxes
ARTISTA: Kithkin
MARCADORES: Experimental, Indie Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts