Resenhas

Ben Folds Five – The Sound of the Life of the Mind

Trio dá continuidade ao seu som treze anos depois do último disco, mostrando que sabe agradar mesmo sem ter que surpreender

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Ano: 2012
Selo: ImaVeePee Records
# Faixas: 10
Estilos: Pop Alternativo, Rock Alternativo, Indie
Duração: 44:25
Nota: 3.5
Produção: Joe Pisapia

Sempre penso que um artista não precisa fazer nada “diferente”, desde que apresente um trabalho que sja “bom”. Quando ouço The Sound of the Life of the Mind, essa ideia me vem a mente e eu acabo concordando com a meira que a Ben Folds Five decidiu fazer o disco apostando naquilo que melhor sabe produzir, que é uma música boa independente de cenário, época ou rótulos que queiram colocar.

Quem conhece o trabalho da Ben Folds Five não deve se surpreender com nenhuma das dez novas faixas, mas é bem provável que se agrade da maioria, principalmente se aprova o disco anterior, The Unauthorized Biography of Reinhold Messner (1999), muito semelhante a este. Aliás, os treze anos que separam os dois discos – nos quais se inclui um hiato oficial da banda – parece ter feito os músicos não apenas se assegurarem do som que sabem fazer, mas ficarem prontos para mostrar de uma vez por todas como são excelentes instrumentistas.

Isso é até reforçado pelo formato de trio, muito comum no Jazz, aqui com os característicos piano, baixo e bateria. Guitarras e outros timbres não são ignorados e tem seus lugares certos em diversas faixas – inclusive na abertura com Erase Me -, mas são os três instrumentos que protagonizam a obra.

São melodias muito bonitas, algumas com um certo déjà vu de toda e qualquer outra coisa que a música popular fez nos últimos 60 anos, como a balada saudosista On Being Frank ou os falsestes de Hold that Thought, e outras que dão continuidade à sinceridade bem humorada (e às vezes mal educada) que Ben Folds e os rapazes sempre fizeram, como Thank You For Breaking My Heart ou Draw a Crowd (com seu refrão sobre desenhar pênis na parede).

Só uma das faixas tem menos de 4 minutos, enquanto só outra tem mais de 5, e os muitos momentos dentro de cada música cria o paradoxo delas parecerem mais longas do que são, ao mesmo tempo que o álbum parece terminar logo justamente pela variação nada tediosa de uma canção para outra.

Ao fim de algumas audições de The Sound of the Life of the Mind, sua faixa-título, Do It Anyway e Michael Praytor, Five Years Later se destacam justamente por mostrar a Ben Folds Five em sua melhor forma, tornando o retorno da banda uma decisão mais do que válida de seus membros. E se suas músicas não forem lembradas como inovadoras ou mesmo como uma sonoridade relevante para 2012, ao menos elas tem seu lugar garantido entre as de melhor qualidade.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.