Resenhas

Cameron Avery – Ripe Dreams, Pipe Dreams

Baixista de Tame Impala lança seu projeto solo baseado no imaginário norte-americano

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Ano: 2017
Selo: Anti
# Faixas: 10
Estilos: Pop Tradicional, Indie
Duração: 40
Nota: 3.5
Produção: Cameron Avery, Jonathan Wilson

Sendo mais conhecido por atuar em projetos como Tame Impala, Pond e The Growls, o músico Cameron Avery começa o ano de 2017 lançando ao mundo seu projeto solo, intitulando o seu debute de Ripe Dreams, Pipe Dreams. Diferentemente do que costuma acontecer com músicos que carregam consigo a herança estilística de seus projetos agregados, Cameron Avery abdica do sonoridade Indie Psicodélica de seus comparsas australianos e constrói um imaginário próprio para a sua carreira solo, baseado no cancioneiro crooner estadunidense.

Ripe Dreams, Pipe Dreams é um álbum masculino, exibido e pomposo em sua produção. Cantado com uma voz grave que de vez em quando arrisca alguns falsetes, o álbum é acompanhado por pianos e orquestras que evocam melodias de Tony Bennett, o sarcasmo amargo de Father John Misty e o charme de Leonard Cohen (presente na versão deluxe do álbum, a faixa Whoever Said Gambling’s For Suckers é uma homenagem assumida ao estilo narrativo deste último). O visual dos videoclipes também pretende evocar o mesmo clima glamouroso de propagandas de perfume: top models, carrões e cabelos milimetricamente desgrenhados contribuem para charme que Avery busca irradiar.

Afinal, toda essa pose de galã contribui imensamente para o romantismo de sua música – às vezes apaixonada, às vezes desiludida – e para a grandiosidade do álbum, ao mesmo tempo em que faz as coisas soarem um tanto empertigadas (a ressalva mais contundente a ser feita aqui). Uma aposta ousada, ainda mais se considerarmos o salto geográfico que Avery faz para além de sua zona de conforto. Um trabalho meticuloso e elegante. Se essa é sua onda, não vai se decepcionar.

(Ripe Dreams, Pipe Dreams em uma música: Watch Me Take It Away)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte