Resenhas

Teenage Fanclub – Here

Décimo álbum de grupo escocês segue a trilha Indie de sua melancolia doce

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Ano: 2016
Selo: Merge Records
# Faixas: 12
Estilos: Indie, Power Pop
Duração: 45:48
Nota: 4.0

A mistura sonora que Teenage Fanclub formulou, com sua música que é tanto afetuosa quanto melancólica, é capaz de evocar, quase como mágica, sentimentos conflitantes no seu ouvinte: “saudades de si mesmo”, ou até, quem sabe, a “nostalgia de algo que nunca se viveu” estão entre as descrições que já ouvi daqueles mais apaixonados pelo grupo escocês.

Com 26 anos passados desde desde o lançamento de seu primeiro trabalho, a banda entrega em 2016 Here, o décimo de seu currículo, que chega após um hiato de seis anos desde o seu antecessor. É, também, o primeiro disco do grupo a ser resenhado pelo Monkeybuzz.

Observar de onde Teenage Fanclub veio é como desvendar uma espécie de solução para o enigma que é ouvir a banda hoje em dia: uma mistura que ao mesmo tempo compete contra e integra no próprio som o azedume de Nirvana, a ingenuidade melancólica de R.E.M e a beatlemania de Big Star.

Steady State é o nome de uma das faixas presentes em Here, mas, em um contexto expandido, é um título que serve muito bem para explicar a sonoridade da banda em sua carreira como um todo. É claro, aquela acidez Grunge de Bandwagonesque se dissipou com o passar do tempo, no entanto (e para insistir um pouco mais em títulos), a estabilidade de Teenage Fanclub deve muito ao afã pelo espírito adolescente que seus integrantes parecem possuir na hora de compor.

Por mais que varie sutilmente o seu humor de álbum para álbum, Teenage Fanclub sempre funcionou como um porta voz da melancolia Indie, uma espécie de transposição para o universo sonoro daquele “quentinho” magoado, ameno, que temos quando estamos na fossa. Here segue no rastro de seu predecessor Shadows, e pode até mesmo ser encarado como um lado B deste.

Equiparando-se àquelas bandas que tornou possível a existência – de The Shins a Darwin Deez – Teenage Fanclub, na onda daquilo que sempre soube fazer com maestria, lança mais um deleite para ouvidos em busca de um som fluído, que soa tanto fresco quanto nostálgico.

(Here em uma música: Steady State)

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BOM PARA QUEM OUVE: The Lemonheads, Big Star, Wilco
MARCADORES: Indie, Power Pop

Autor:

é músico e escreve sobre arte