Dois anos sem lançar um novo material pode ter sido a margem de tempo ideal para que o Yeasayer atualizasse boa parte de sua frota de referências musicais, se encontrando cada vez mais próximo de faixas eletrônicas brutas e destoando entre uma música e outra.
Se Odd Blood trazia um Indie Eletrônico animado com nuances quase que tribais e bons hits, o trabalho feito em Fragrant World age como um jovem adolescente que busca experimentar um pouco de tudo que há de novo enquanto ainda há tempo. A variação se extende da grande presença de sintetizadores de sons metalizados e vocais robóticos indo até as orgânicas palmas incessantes, tudo isso sem se prender muito a melodia, como pode ser notado em Bones.
Os destaques do álbum ficam para Fingers Never Bleed, Henrietta e Devil & The Deed, que são as faixas que mais representam uma evolução em relação ao último disco e um estudo do som que ainda se liga as origens, trazendo a boa fórmula do Synth Pop pra mais perto, sem deixar de fazer as sonhadas experimentações que tanto buscam.
O disco segue depois de faixas medianas que até trazem alguns bons momentos como a pseudo felicidade em Damaged Goods e a presença de bons acordes de guitarra em Folk Hero Shctick, mas em suma segue num ritmo desacelerado o suficiente para não despertar o interesse de novas audições ou balançar algo além dos pés de lá para cá se, ao menos que você esteja numa viagem completa de ácido.
A ideia de que não se mexe em time que está ganhando encaixa-se muito bem para o desempenho do terceiro lançamento do trio. No entanto, é válido levar em consideração a formação um novo público a partir dessa curva acentuada em direção à Neo Psicodelia quase que pedante que a banda rumou.