Mr. Oizo tem uma carreira sólida de lançamentos que passaram batido. Seu último trabalho de estúdio, The Church, se concretizou como um registro experimental e caótico que prendeu a atenção não só da crítica, mas dos entusiastas que acompanhavam sua carreira por meio de esparsas faixas disponíveis no SoundCloud e que, entretanto, figurou em pouquíssimas listas de fim de ano. De qualquer forma, com uma maior visibilidade para seu nome, o produtor se viu com oportunidades de parcerias cada vez mais frequentes em sua carreira, o que inevitavelmente trouxe certas questões para dentro de sua obra, principalmente agora que ele acaba de lançar o mini EP Hand In The Fire, uma parceria com a cantora Charli XCX.
A brevidade e o deslocamento do Experimental para um flerte com o Pop mais genérico possível nos fazem refletir sobre a valor deste EP. Há momentos em que parece que o produtor não está nem tentando formar uma faixa, comprovado pela repetição exaustiva de loops e por introduzir melodias que são simples e não traduzem o talento potencial de Mr Oizo de outros tempos. A parceria com Charli XCX rende um momento bastante tedioso nos pouco menos de quinze minutos do EP e as músicas seguintes tentam relembrar alguma faceta mais experimental mas não chegam a cativar o ouvinte ou pelo menos criar meios em que ele possa imergir para degustar melhor esta obra.
É um registro curto que realmente falha em argumentar a seu favor. Se vê poucos motivos para o lançamento de um EP o que só aumenta a lista de motivos para considerar Hand In The Fire um exemplo de disco para encher discografia e anunciar que ele ainda esta vivo, sem que para isso haja qualquer preocupação com a identidade sonora de sua obra ou alguma forma de prezar pela qualidade de seu precedente, The Church.
