Resenhas

Metric – Pagans in Vegas

Grupo canadense perde a mão em escolhas óbvias e juventude forçada

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Ano: 2015
Selo: Metric Music International/Universal Music
# Faixas: 12
Estilos: Pop Eletrônico, Indie Pop
Duração: 49:22
Nota: 2.0

Pagans in Vegas dá a impressão de que Metric parou no tempo. Não que as músicas soem datadas (até por que isso é muito relativo em 2015), é uma questão de atitude. Existe uma juventude forçada nas músicas e uma grande necessidade de aprovação, que resultaram doze faixas sem muita personalidade ou atrativos concretos ao ouvinte comum.

Existem alguns bons momentos ao longo do álbum que não conseguem carregar toda a simpatia pela obra nas costas – o refrão de Fortunes, por exemplo, é uma belezinha, mas é uma pena que venha acompanhado de estrofes tão entediantes. Algumas das faixas até poderiam funcionar isoladamente (Cascades tem lá seu charme, por mais regular que seja), mas fica a sensação de que é pedir demais ouvir todas as doze de uma vez (imagine para o resenhista que precisou ouvi-las na sequências repetidas vezes por vários dias).

O problema não está na música Eletrônica dançante demasiadamente Pop combinada a um espírito Post-Punk no vocal e algumas escolhas melódicas: Existe uma aparente falta de inspiração encoberta por algumas escolhas óbvias nas batidas e arranjos, tudo mais dentro do padrão do que a banda desconfia. À medida que o disco progride, quando chega na dobradinha Other Side e Blind Valentine, você já torce pra ele acabar logo (em todas as repetidas vezes que ouviu). Isso nunca é bom sinal.

Metric parou no tempo por parecer não assimilar a maturidade que um sexto álbum poderia carregar. Ou, pior ainda, parece regredir a uma fase mais ingênua do fazer música na qual apenas fazer algumas escolhas adequadas já seria o suficiente para um bom trabalho. Ficou com cara de crise de meia idade, o que é o contrário do que Metric gostaria de passar.

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ARTISTA: Metric

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.