Resenhas

The Royal Concept – The Royal Concept

A banda sueca caminha entre o Indie Rock e Synthpop numa busca por sua própria identidade

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Ano: 2012
Selo: Universal Republic / Sony Music Sweden
# Faixas: 5
Estilos: Indie Pop, Indie Rock, Synth Pop
Duração: 20:09
Nota: 4.0

O The Royal Concept veio pra provar que nem só de Pop puro e Heavy Metal são feitos os habitantes da Suécia. A banda já chamava atenção desde a aparição de seus primeiros singles lançados através da Web, e atendia ainda por outra variação do nome, sem o Royal.

Com previsão de lançamento do seu primeiro álbum de estúdio para o mês de dezembro, os rapazes, que fecharam uma parceria recente com a Vevo, uma grande sediadora de vídeos musicais dentro do Youtube, não quiseram perder tempo com a atenção que vem sido cercada ao redor deles e lançaram seu debut homônimo, na forma física de EP.

A canção Gimme Twice abre o disco dos suecos, que produzem um Indie Pop de ótima qualidade. Qualquer semelhança vocal com Thomas Mars do Phoenix não é mera coincidência: a voz de David Larson junto a efeitos eletrônicos pode realmente te confundir com um novo single dos franceses. A música, de arranjo empolgante, acordes alegres e percussão frenética, tem um porquê de ter sido escolhida como single principal: A versão agrada qualquer ouvido disposto a receber um Pop radiofônico, quase que chiclete, mas que não chega a incomodar nem um pouco.

Em seguida, o Royal Concept mostra uma vertente sua que, até então, não aparece tanto na faixa destaque, que são os timbres eletrônicos e sintetizadores que soam como aquele seu videogame antigo de cartucho, que vem direto dos anos 90 para a nuvem de referências da banda. O Indie Pop ganha novos ingredientes e sua base se modifica, onde a sonoridade toma outras bandas como modelo, como o The Strokes em seu último álbum, Angles, e o próprio trabalho solo de Julian Casablancas na faixa Goldrushed.

Knocked Up segue quase os mesmos padrões, mas se difere mais pelo próprio desenvolvimento de arranjo, que mostra mais os diferenciais da banda, e que o quarteto de Estocolmo não está em busca de ser mais uma banda que soa como cover utilizando da mesma receita de outras que já vingaram.

D-D-Dance retoma a canção que abre o disco, prezando pelo clima de diversão e que cai bem com qualquer dia ensolarado. Backing vocals em destaque, percussão rápida e cordas sem muitas firulas, o Indie Rock dos anos 2010 é reacendido por aqui.

Fechando o breve trabalho, a banda prezou por uma faixa que destoa de todo o restante e que se concentra nos instrumentos de tecla, na qual é fácil se lembrar do The Killers em suas músicas mais calmas e precisas. É impressionante notar, ao fim do trabalho, como a variabilidade de elementos e instrumentos são usados de forma tão diversa num EP tão pequeno, além da fácil adaptação do vocalista Larson a todas elas.

Ainda assim, a banda necessita ir além e ser mais precisa e focada na busca de suas características próprias, para não ser sempre vista como o tal grupo que parece com a banda ja estourada, só que numa versão europeia.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.