Resenhas

Skylar Spence – Prom King

Ex-Saint Pepsi renasce com projeto 2.0

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Ano: 2015
Selo: Carpak Records
# Faixas: 11
Estilos: Future Funk, Dance, Eletrônico
Duração: 40
Nota: 3.5
Produção: Ryan DeRobertis

Ryan DeRobertis, o nome por trás do recém-inaugurado projeto de Música Eletrônica Skylar Spence, parece tirar das adversidades da vida as oportunidades para o amadurecimento. Digo isso não pela temática ou letras de suas faixas (que, aliás, apontam para um sentido oposto ao da maturidade) mas simplesmente porque DeRobertis, ao enfrentar alguns problemas judiciais com o nome Saint Pepsi, resolve reformatar sua carreira e começar novamente.

Podemos, é claro, considerar Skylar Spence como um recomeço simbólico para o músico, ou então, para facilitar a compreensão de sua carreira, como uma espécie de Saint Pepsi 2.0. O artista, após seu elogiado EP Gin City do ano passado (ainda com o nome anterior), renasce (reestreia?), agora com o ótimo álbum intitulado Prom King.

Prom King vem com a consciência clara da evolução de DeRobertis e, com ela, um amor próprio tão exagerado que às vezes oscila do irônico para o constrangedor. Além do título de seu álbum, que o coloca como um protagonista importante, mas, ao mesmo tempo, juvenil, temos a todo momento letras que explicitam sua auto-reverência.

Embora as reais intenções de DeRobertis com essas letras nos deixem com a pulga atrás da orelha, é inegável que elas acrescentem um teor muito divertido para suas faixas, que já são cativantes. Sonoramente, Skylar Spence mira em grandes nomes da Música Eletrônica como influência (há, claramente o espírito de Daft Punk em Prom King, mesclando de maneira muito inteligente as fases de Homework, Discovery e, mais discretamente, Random Access Memories), ao mesmo tempo em que compartilha o mesmo universo de outros produtores jovens que jogam Nintendo, usam o Tumblr, e fazem música no computador de dentro do quarto, como Deon Custom (deste último, ouça a faixa Luxury, do album Ametrine).

Recomeçar pareceu uma estratégia muito acertada para DeRobertis, sendo esse um acaso muito providencial do destino ou não. Skylar Spence ameniza o uso de samplers e resolve produzir faixas mais encorpadas, além de arriscar-se no vocal. Uma excelente auto-descoberta, e quem sai ganhando somos nós.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte