Resenhas

Giorgio Moroder – Déjà Vu

Fórmulas fáceis e músicas pegajosas eliminam grande potencial de novo trabalho

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Ano: 2015
Selo: Giorgio Moroder Music
# Faixas: 12
Estilos: Pop, Pop Eletrônico
Duração: 42
Nota: 1.5
Produção: Giorgio Moroder

Giorgio Moroder é dono de um currículo muito pouco discreto. Com alguns Grammys no bolso, uma carreira que remete ao ano de 1966 (data em que lançou seus primeiros singles) e seu nome associado a alguns grandes Hits da Disco Music e do Europop como – só para citar alguns – I Feel Love, de Donna Summer, e Take My Breath Away da banda estadunidense Berlin (aquela do filme Top Gun), o italiano oscila entre altos e baixos na sua carreira como produtor, músico, compositor e DJ.

Se considerarmos que seu primeiro álbum solo foi intitulado como That’s Bubblegum – That’s Giorgio, é bastante fácil de entender a plasticidade pegajosa (além dessa tonalidade cor de rosa) de Déjà Vu como uma tentativa de renascimento do artista. De fato, após um hiato que se inicia no fim dos anos 80, Moroder reaparece em 2013 com seu nome colocado entre os figurões convidados para participar de Random Access Memories, último trabalho da dupla francesa Daft Punk e um dos maiores álbuns de 2013.

Se, por um lado, RAM foi o responsável por reacender a carreira Moroder, é também por conta dele que seu novo álbum Déjà Vu ostenta alguns de seus aspectos mais tacanhos. Apesar do know-how do artista enquanto um dos mais respeitados produtores de Eurodance e suas variantes da década de 80, o novo trabalho apresenta sem pudor fórmulas fáceis e arranjos rasos que parecem tentar capturar o camada mais superficial do Pop radiofônico a fim de conquistar o maior número de ouvintes o mais rápido possível.

Como seu nome indica, Déjà Vu apoia-se numa espécie de nostalgia retrô. Seu primeiro lançamento, a faixa 74 is the New 24, aliás, tira um pouco de sarro desse aspecto, com seu título que faz uma brincadeira com a idade do produtor. Para tal empreitada, Moroder reúne um time de astros do Pop bastante invejável, como, por exemplo, as divas Sia, Charli XCX, Kylie Minogue e Britney Spears. Infelizmente, nenhuma das intérpretes consegue sobressair ao aspecto mais óbvio de todo o álbum, que aposta sem dó em seus arpeggiators, vocoders e na guitarra que faz uma paródia de Nile Rodgers a todo instante.

Com uma tentativa de resgatar a diversão do anos 80, Déjà Vu derrapa no retrô e aparece já com um aspecto ultrapassado. Vale a pena, todavia, se audição assumir a superficialidade, a despretensão e a artificialidade proposital do trabalho como pressuposto.

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BOM PARA QUEM OUVE: Ryn Weaver, Britney Spears, Daft Punk
MARCADORES: Pop, Pop Eletrônico

Autor:

é músico e escreve sobre arte