Resenhas

Guided by Voices – Class Clown Spots a UFO

Com 21 faixas, álbum continua a trabalhar o retorno da banda, sendo o segundo de três lançamentos preparados para 2012

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Ano: 2012
Selo: Guided by Voices Inc./Fire Records UK
# Faixas: 21
Estilos: Indie Rock, Lo-fi, Indie Pop
Duração: 39:54
Nota: 3.5

Class Clown Spots a UFO é o segundo álbum lançado pelo Guided By Voices em 2012, um ano que ainda receberá mais um disco do grupo. Ao se deparar com o tracklist, o ouvinte pode se surpreender com 21 músicas em um CD, algo quase “obsceno” pra aqueles que ainda curtem escutar um LP de cabo a rabo, deixando de lado o shuffle moderno. Entretanto, vemos músicas curtas, o que é comum para a banda, que combinam e que poderiam muito bem ser mescladas em alguns momentos, formando talvez um álbum com 15 músicas no máximo.

Uma mistura de Rock, Psicodelia e baladas sinceras dão o tom da obra que, em sua maioria, tem canções escritas e compostas por Robert Pollard. He Rises! Our Benion Bellboy começa bem psicodélica e permite em sua duração se transformar na metade da música em quase um Stoner Rock, com uma levada mais pegada para depois voltar a ser mais etérea. Blue Babbleships Bay é extremamente curta, com vocal e uma vibe Rock-bluezeira que te deixa, infelizmente, querendo mais do simplesmente 1:18 minutos. Forever Until It Breaks é uma balada simples, mas sincera, criada por Tobin Sprout com leves toques de sintetizadores. A faixa-título do álbum é um Rock pegajoso e feliz, um dos melhores momentos do disco, com o vocal de Pollard conduzindo perfeitamente a canção.

Chain to the Moon poderia ser mesclada com a música seguinte, Hang Up and Try Again. Tente escuta-las em sequência, sem olhar o display, e verá que as músicas se encaixam perfeitamente, apesar de uma ser conduzida no violão e a segunda, na guitarra com um riff simples mas preciso. A pausa entre ambas parece que é só pra banda respirar. O mesmo acontece com Keep in Motion, balada psicodélica que quando você menos vê, tem um solo próprio do gênero no final, que não pertence a música porque já é Tyson’s High School, a faixa seguinte. A passagem de uma música pra outra é tão natural que assusta. They and Them, funciona bem na transição para a segunda parte do LP, com alguns sopros dando a voz para depois entrar Fighter Pilot, momento mais bizarro da obra, com “grunhidos melódicos” que fazem sentido.

Roll On The Dice, Kick In The Head, Billy Wire e Worm w/7 Broken Hearts retomam o Rock com uma trinca curta e direta ao ponto, sendo Billy Wire a melhor canção de longe do CD. Pollard, junto a uma composição feita na medida certa, com toques psicodélicos no final – perfeita pra pular no meio da galera em um show. Starfire traz a imagem de uma balada pra ser escutada na primavera no parque. Jon the Croc, é a canção mais pesada, com vocais estridentes, feita para espantar os demônios. Fly Baby é mais uma balada, mas dessa vez soa muito óbvia e cansa em alguns momentos. All Of This Will Go alterna vocais e é bela, melosa e com um gosto bom de nostalgia. The Opposite Continues e Be Impeccable são “normais” e poderiam talvez ser tiradas do produto final, pois não acrescentam nada. Lost in Spaces é pessoal e calma para dar espaço ao último sopro de Rock do álbum com No Transmission.

Após 21 canções, vemos excertos que se encaixam muito bem, uma psicodelia mais tangível , e um Indie Rock que nos lembra a passagem do anos 80 para os 90 e que causa uma certa nostalgia, pois não é o tipo de som que vemos atualmente. Ainda bem que o Guided By Voices voltou esse ano, com diversos álbuns, sendo Class Clown um ótimo começo para aqueles que desconhecem as obras da banda irem atrás de álbuns clássicos como Alien Lanes ou Universal Truths and Cycles.

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Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.