Resenhas

Bells Atlas – Hyperlust EP

EP leva “Afro-Indie-Soul” do grupo adiante

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Ano: 2015
Selo: Independente
# Faixas: 4
Estilos: R&B e Soul
Duração: 17'
Nota: 4.0
Produção: Bells Atlas

É com Hyperlust, um EP de apenas quatro faixas, que o quarteto Bells Atlas dá continuidade em seu trabalho após o lançamento de seu ótimo disco de estreia, Bells Atlas. A receita continua basicamente a mesma, assim como o resultado, que permanece profundamente encantador.

O tal “Afro-Indie-Soul” do grupo continua afiado e a mistura da música negra com tendências Indie e Pop se mostra mais uma vez um deleite aos ouvidos. São batidas que se inspiram nas matrizes africanas, que se juntam ao vocal delicado e, ao mesmo tempo, forte de Sandra Lawson-Ndu – inspiração de gêneros como Soul e R&B são bem aparentes aqui. Ao mesmo tempo, o grupo traz uma eficiência melódica com as guitarrinhas Indie de tons agudos que se entrelaçam com o baixo encorpado em arranjos muitas vezes simples, mas sonoramente ricos.

Através de quatro faixas, o grupo norte-americano passeia por miscigenações estilísticas que abordam a pegada rítmica, os vocais ou mesmo as melodias orientando uma ou mais dessas vertentes no caminho da música negra. Future Bones, música que abre o disco, mostra uma dinâmica interessante entre as batidas polifônicas (quase como se fosse formada por diversas camadas), as guitarras suingadas e abafadas, com os sintetizadores que preenchem o arranjo.

Sugar for The Queen, por sua vez, tem uma pegada mais contemporânea, brincando até mesmo com o resgate do Afro Beat em sua versão mais Pop, que ficou popular com Vampire Weekend. No mesmo rastro, está Mess It Up, música que traz um quê dos experimentalismos de nomes como Erykah Badu, Jill Scott e Lauryn Hill – expoentes do NeoSoul. Bling arremata o ótimo EP na mais “Indie” das músicas do compacto. A banda se lança em um som mais estrondoso, seja na presença mais robusta das guitarras e sintetizadores ou mesmo no volume vocal de Sandra, que abandona em algumas horas seu tom mais ameno.

Hyperlust pode não portar toda a luxúria que o título explicita, mas é certamente um avanço na sonoridade do quarteto, que explora os mesmos elementos de antes, porém abrindo agora mais espaços para experimentações e volume. No geral, é um EP que cumpre suas expectativas e já deixa o ouvinte ansioso para o próximo trabalho do grupo.

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BOM PARA QUEM OUVE: Jill Scott, Otto, Erykah Badu
ARTISTA: Bells Atlas
MARCADORES: Neo Soul, Ouça, R&B

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts