Resenhas

Florence + The Machine – How Big How Blue How Beautiful

Novos tons de grandiosidade acompanham interpretação primorosa da vocalista em seu melhor trabalho

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Ano: 2015
Selo: Universal Music
# Faixas: 11
Estilos: Indie, Indie Pop, Pop
Duração: 48:46
Nota: 4.5
Produção: Markus Dravs, Paul Epworth

Pés no chão. Se há algo que diferencia este novo trabalho dos anteriores de Florence + The Machine é justamente o caráter “vida real” que o álbum possui, ao contrário do conteúdo mítico ou até mágico de seus anteriores. Saiu a aura espectral, chega uma Florence Welch com pouca maquiagem. De quebra, ganhamos o melhor disco de sua carreira.

O maior mérito de How Big How Blue How Beautiful é ter ganhado esse aspecto mais mundano sem perder algumas das maiores características do projeto – ou seja, sem tocar em sua própria identidade. As canções continuam libertadoras, percussivas e confessionais, só que com uma pegada mais “banda” e menos “contos de fadas”.

Se isso era visto como parte integral do que Florence + The Machine era, é só lembrar de Kiss with a Fist, seu primeiro hit para perceber que o fator “humano” sempre veio à frente do grupo. O que não muda é a proporção grandiosa que os arranjos tomam – mas, com uma voz como a de Florence, fica difícil algo não precisar crescer para acompanhá-la.

Sua interpretação vem também primorosa para dar conta de seus melhores momentos líricos. O single Ship to Wreck dá as boas vindas ao ouvinte como abertura do álbum para justamente nos lembrar disso, de como ela consegue conferir um drama carismático em todas as suas composições. Isso se repete por todo o disco, com o amparo muito especial também de instrumentos de sopro.

Ouvir a própria How Big How Blue How Beautiful deixa isso tudo ainda mais claro, além de revelar o quanto é fácil deixar-se contagiar por suas músicas – fique atento a como seu corpo inteiro parece responder ao clímax da faixa em uma narrativa muito bem construída não só nos altos, mas também nos baixos, por mais de cinco minutos.

A cada audição, o disco revela-se uma pequena obra-prima Pop que deve ser reverenciada por antigos fãs e descoberta por um novo público. Com direito a versão deluxe e faixa-bônus também no vinil, Florence + The Machine estabelece seu status de gente grande não só no mercado, mas também artisticamente.

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BOM PARA QUEM OUVE: Sia, Feist, fun.
MARCADORES: Indie, Indie Pop, Ouça, Pop

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.