Resenhas

Jack Ü – Skrillex and Diplo Present Jack Ü

Dupla cria disco extremamente dançante e que já nasce pronto pros grandes festivais e pistas de dança

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Ano: 2015
Selo: OWSLA/Mad Decent/Atlantic Recording Corp.
# Faixas: 10
Estilos: EDM, Trap, Moombathon, Dancehall
Duração: 35:25
Nota: 3.5
Produção: Diplo e Skrillex

Começo esta resenha dizendo que o “gostar” ou “não gostar” de Skrillex and Diplo Present Jack Ü, pelo menos em uma primeira audição, está diretamente ligado às suas expectativas em torno do projeto e do encontro desses dois nomes tão influentes no cenário Eletrônico nos últimos anos. Uma vez ciente desta perspectiva, é mais fácil curtir o resultado do álbum.

Digo isso não para justificar um resultado fraco – muito pelo contrário -, mas por este ser o objeto de expectativas altíssimas – ainda mais depois de singles como Take Ü There, com a participação de Keisza, que podem ou não ter sido cumpridas. De forma geral, o disco é mais uma compilação de momentos diferentes nas carreiras de Diplo e Skrillex, de uma colaboração propriamente dita. Explico: ao invés de soar como um encontro entre a musicalidade proposta por cada um dos produtores, as faixas parecem brincar com fases de suas carreiras isoladas, porém costuradas sob um novo plano de fundo.

Skrillex, depois de um disco tão expansivo quando Recess, parece ter voltado às raizes de Bangarang, com sons mais estridentes e frenéticos. Diplo, por sua vez, com sua curadoria que busca nos mais variados cantos do mundo musicalidades periféricas, continua basicamente dentro de sua zona de conforto. O encontro se dá dessa forma, como um divertido disco que celebra a união desses nomes, mas não exatamente a união de suas obras. O resultado é incrivelmente festivo e justificado pelo seu lançamento durante um set que durou 24 horas e foi divulgado por streaming.

Como bons anfitriões, o duo trouxe convidados, Fly Boy Keno (Beats Knockin), 2 Chainz (Febreze), Aluna Francis (To Ü), Bunji Garlin (Jungle Bae), Kai (Mind), Snailes & Taranchyla (Holla Out), Justin Bieber (Where Are Ü Now) e Missy Elliott (no remix de Take Ü There), todos muito à vontade dentro da festa. Se destacando mais os outros, Bunji, com seu clima Ragga, e Bieber, com seu EDM Pop, roubam a cena, sendo alguns dos poucos momentos realmente surpreendentes dentro do álbum. Outra menção honrosa é a participação de Missy Elliott, que recria (e melhora) um dos grandes hits do ano.

Com muito do Trap, Dancehall, EDM e Moombahton, o disco se mostra preparado para os grandes festivais e pistas de dança e se revela como uma obra incrivelmente divertida, porém sem maiores pretensões. Agora, voltando às expectativas, se você era um daqueles que esperava algo genial e revolucionário, esse ainda não é o caso. Contudo, se você esperava mais alguns hits e faixas que logo estarão tocando nas baladas, você veio ao lugar certo.

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BOM PARA QUEM OUVE: Dillon Francis, Major Lazer, Steve Aoki
MARCADORES: Dancehall, EDM, Moombahton, Trap

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts