Resenhas

Satellite Stories – Vagabonds

Segundo disco da banda peca por se limitar excessivamente aos padrões Pop

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Ano: 2015
Selo: Soliti
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop,
Duração: 36:32
Nota: 2.5
Produção: Simon “Barny” Barnicott
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/vagabonds-bonus-track-version/id946396050?uo=4

Escandinavos são os seres mais adaptáveis na música. Se existe um gênero popular, pode ter certeza que uma banda dos países nórdicos irá surgir fazendo um som tão bom quanto, mesmo não tendo a mesma vivência da respectiva cena no seu local original de origem. Vários exemplos nos vem à cabeça: o Disco Dance do imortal conjunto ABBA, o divertido Indie Rock de Kakkmaddafakka, ou o energético Garage Rock de The Hives, entre outros. A questão que fica em nossa cabeça é se de fato estas bandas tem algo a mais que as torne únicas ou se elas estão somente estudando estes gêneros e reproduzindo fórmulas de uma forma muito bem estruturada e coesa. Gostaria muito de narrar que Satellite Stories não é um exemplo do segundo caso, entretanto as coisas não vão muito além desta realidade.

Vagabonds diverte seu ouvinte, e é isso. Em onze músicas que exploram um Indie Pop bastante parecido com nomes bastante populares do gênero, como Two Door Cinema Club e Bombay Bicycle Club, a banda passeia por um universo de canções dançantes e empolgantes que acabam se mostrando extremamente restritas a uma fórmula específica, fato que deixa o disco com uma cara muito única. As músicas tem seu encanto individualmente, mas acabam cansando o ouvinte dentro de um conjunto, podendo desestimular sua audição completa.

Mas, como dito antes, há faixas que funcionam como singles muito bem (fato pelo qual as músicas lançadas isoladamente antes do disco soavam tão bem). Há um trabalho louvável no que diz respeito principalmente à produção do álbum e a forma como são harmonizados os diferentes elementos dentro desta ambientação Pop. De qualquer forma, toda esta experimentação está inserida em um contexto mais limitador do que inspirador. É difícil dizer com precisão quais são os melhores momentos do disco, pois são todos um pouco parecidos entre si, mas as faixas Heartbeat, com seus sintetizadores estridentes, e The Trap, com um riff de metais bastante pegajoso, parecem ser os destaques entre a mesmisse de todo o registro.

Vagabonds aponta para lados mais formais do Pop, apostando no certeiro e ousando bem pouco. Não é de forma alguma um registro insuportável e inaudível, apenas mediano diante de tantas outros que ousam mais. Vale a pena escutar mais pelo reconhecimento deste cenário Indie Pop escandinavo do que pelo disco em si.

Um disco quadrado que respeita até demais os limites de seu gênero.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique