Resenhas

Black Lips – Arabia Mountain

Bebendo direto da fonte do Rock and Roll dos anos 50 e 60, a banda resolve finalmente limpar seu som e mostrar o que sabem. O chamado Flower punk começa a dar seu primeiros bons frutos, esse álbum é um deles

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Ano: 2011
Selo: Vice Records
# Faixas: 16
Estilos: Garage Rock, Garage Punk
Duração: 41:15
Nota: 3.5
Produção: Mark Ronson e Lockett Pundt

Junte The Kinks e The Rolling Stones com o Punk e uma pitada de Surf Rock e você terá o Black Lips. Com um som bem sedimentado no Garage Rock, seu trabalho traz ainda muitas referências dos anos 50 e 60, bebendo do mais puro Rock and Roll. Depois de uma década tocando de forma desleixada e selvagem, a banda finalmente atinge a maturidade e encontra seu caminho dentro de um estúdio, fazendo o que eles sabem melhor fazer: o Flower Punk, como eles mesmos descrevem o som.

As gravações de Arabia Mountain, o sexto disco do quarteto, começaram no final de 2009 e duraram mais de nove meses para serem concluídas. Esse álbum conta com dois produtores, sendo que Lockett Pundt produziu as músicas Bicentennial Man e Go Out and Get It e Mark Ronson ficou encarregado de produzir as outras faixas.

Esse é o primeiro grande álbum deles em estúdio e com uma grande produção. Parece que finalmente as coisas se encaixaram: a linha rítmica melhorou muito, as guitarras continuam sujas, mas agora mais audíveis e claras, o vocal teve uma melhora incrível – podemos dizer que o estúdio fez bem aos garotos. Mais que isso, o papel de Ronson, foi organizar e controlar a bagunça do quarteto.

Mais limpo que seus antecessores, Arabia Mountain, traz uma série de novos elementos como violões, harmonias vocais e até mesmo saxofones. As músicas do disco cabem perfeitamente nas rádios, coisa que não víamos nos anteriores. Mesmo mais comportados no álbum, os garotos continuam extravasando toda sua loucura e selvageria costumeiras no palco.

Go Out And Get It foi o primeiro single do álbum, num clima quase punk se une também com a Surf Music principalmente nas levadas de guitarra, enquanto o toque do punk fica por conta das baterias. Spidey’s Curse, é uma ode ao Homem Aranha, bem estranha e divertida. Modern Art é o segundo single e música mais animada do disco, e consegue traduzir muito bem essa nova fase do Black Lips, contendo muitos dos elementos que Ronson trouxe para o disco.

Temos também a dançante Raw Meat, perfeita para as pistas de dança. Em Don’t Mess Up My Baby eles provam que não precisam fazer barulho o álbum todo. Com certeza o melhor álbum do Black Lips e realmente merece o destaque que teve em 2011, provando que o Flower Punk pode florescer em um belo Rock and Roll a moda antiga.

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BOM PARA QUEM OUVE: Cloud Nothings, Jay Reatard, The Subways
ARTISTA: Black Lips

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts