Resenhas

H Hawkline – In The Pink Of Condition

Músico investe no que chamou de “Strange Pop” em seu terceiro álbum

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Ano: 2015
Selo: Heavenly Recordings
# Faixas: 12
Estilos: Indie Rock, Rock Alternativo
Duração: 38:28
Nota: 3.0
Produção: Cate Le Bon
SoundCloud: /tracks/178873836

A Cultura Pop, mais especificamente a Música Pop, representam não só uma parcela da produção cultural mainstream de seu tempo, mas também um pouco do cotidiano, tendências e aura daquela época em que foi produzido. Dentro deste universo, uma faixa feita na década de 50 é bem diferente de uma produzida na década seguinte, por exemplo. A discrepância aumenta conforme esse intervalo cresce.

Digo tudo isso para justificar H Hawkline, nome artístico de Huw Gwynfryn, lançando seu novo álbum, In The Pink of Condition, e classificando-o como “Strange Pop”, algo como “Pop Estranho” em uma tradução literal. Porém, “Strange” pode assumir outros significados para adjetivar o tal Pop do músico: Extraordinário, singular, misterioso, atípico, inesperado, curioso, não usual. O disco pode receber, ao mesmo tempo, todos estes adjetivos, mas o que menos me parece evidente é o tal “Pop”.

O disco investe em uma sonoridade híbrida entre o Rock dos anos 1970 e a Psicodelia da época, com algumas pitadas dos novos representantes do gênero. Huw embasa-se muito em Ram, álbum de Paul e Linda McCartney, para criar o seu, assim como na obra do novelista e poeta norte-americano Richard Brautigan, que inclusive foi inspiração para o nome do projeto com o livro The Hawkline Monster. Estar fora de seu tempo é um sintoma de nossa geração, representada por artistas como Ariel Pink, Mac DeMarco e Connan Mockasin, e traço marcante neste álbum.

Os timbres, a aura psicodélica, os arranjos empoeirados e o clima Lo-Fi parecem todos resgatados de outra época. O resultado, porém, não soa tão datado. Por mais que seus ingredientes sejam do venham, este é um disco fruto de nossa época e de nossa verve revivalista. Assim como nas obras de Mac, Ariel e Connan, as faixas, por mais “strange” que sejam, são facilmente absorvidas pelo ouvinte, que consegue desfrutar de uma boa viagem psicodélica guiada pelas guitarras, voz e histórias às vezes surrealistas de Hawkline.

Entre seus altos e baixos, o disco se desenvolve entre faixas vintages e melancólicas, algumas mais agitadas (Sticky Slithers), dançantes (Everybody’s On The Line), roqueiras (Ringfinger), sacanas (Dirty Dreams) e outros mais clássicas (Spooky Dog). H Hawkline dá sua própria versão ao Pop, que, mesmo velado, apresenta sim elementos de sua época.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts