Resenhas

Alex Calder – Strange Dreams

Obra de estreia do canadense segue o mesmo clima mimético de seu EP lançado em 2013

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Ano: 2015
Selo: Captured Tracks
# Faixas: 11
Estilos: Indie Rock, Lo-Fi
Duração: 37:44
Nota: 2.5

Alex Calder é mais um dos nomes do selo Captured Tracks que tem como base um Rock suave e permeado de momentos psicodélicos e altamente melodiosos. Conterrâneo de Mac DeMarco, o músico divide não só a nacionalidade, mas muitas das “propriedades sonoras” de criador de Salad Days. E isso ficou bem evidente no EP Times (2013), que deixou aquela impressão de demasiada inspiração, descrita por Gabriel Rolim em sua resenha como “mera cópia genérica de um artista”.

Em seu novo álbum, Strange Dreams, Calder parece, em parte, tentar se distanciar dessa comparação, não só porque DeMarco mudou significativamente sua sonoridade entre os álbuns 2 e Salad Days, mas também porque Alex abraça novas sonoridades nesta obra, se permitindo experimentar mais com as possibilidades oferecidas através de outros encontros musicais.

Se por um lado essa expansão quebra aquela impressão de “cópia de DeMarco”, por outro dá a entender que Calder meramente está emulando outros músicos ou bandas ao invés de um só. Não tão ao céu, não tão à terra, Alex parece estar entre estes dois polos, se equilibrando sob a tênue linha entre cópia e inspiração. O músico parece agora ter mais segurança e atingir um nível de inventividade bem maior que em seu EP, mas, ainda assim, não há como não dizer que seu som é altamente derivativo.

Ao invés de se inspirar somente em DeMarco, Calder parece se espelhar em grande parte dos nomes de seu selo, trazendo um tempero diferente a cada umas das onze músicas da obra. Há um pouco do Beach Punk de Beach Fossils, do Lo-Fi guitarreiro de DIIV, o Dream Pop de Wild Nothing e a aura Psicodélica de Heavenly Beat. Tudo isso reprocessado ao modo “Calderistico” de se fazer música. Ainda que permeado de inúmeras influências, é perceptível que há a mão do músico naquilo, há personalidade nessas músicas, por mais que sofram de certa esquizofrenia.

Por mais que Strange People permaneça nessa corda bamba, o disco se mantém interessante por toda sua duração. Por mérito próprio e pela reutilização de ideias de outros, Calder mantém seu disco como um bom exercício de procurar influências e tentar dizer como ele as moldou em sua música, além, é claro, de render uma audição leve e bem divertida.

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BOM PARA QUEM OUVE: Mac Demarco, Beach Fossils, Wild Nothing
ARTISTA: Alex Calder
MARCADORES: Indie Rock, Lo-Fi

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts