Resenhas

The Smashing Pumpkins – Monuments to an Elegy

Embora não atinja o pico criativo que banda já teve, novo álbum dá um novo fôlego ao grupo

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Ano: 2014
Selo: Martha's Music/BMG
# Faixas: 9
Estilos: Synth Core, Alt-Rock
Duração: 32:35
Nota: 2.5
Produção: Howard Willing

Uma das maiores dificuldades que podemos enfrentar ao falar de Monuments to an Elegy, o novo álbum de The Smashing Pumpkings, é justamente analisá-lo como um obra em si, e não apenas como uma mera consequência dos devaneios incansáveis de Billy Corgan, que seguem uma trilha lógica vinda do início dos anos 90.

Uma “dificuldade” pois Monuments to an Elegy parece a materialização da luta de Corgan entre manter os seus princípios artísticos (e fiel ao que sabe fazer bem) e uma tentativa meio equivocada de tentar agradar o público através de uma atualização sonora forçada. Por isso, alguns riffs de guitarra parecem estranhamente anacrônicos (aquela mistura única, meio genial, entre o Heavy Metal de ares góticos e o Rock Alternativo no início dos anos 90 não tem mais o peso conceitual da época, claro, graças a consagração do próprio Pumpkins), enquanto, ao mesmo tempo, vê-se um novo fôlego renovado em Corgan compositor, que andava meio morno nos lançamentos anteriores como Zeitgeist ou Oceania.

Corgan assume o protagonismo do projeto, uma predileção que mantém desde sempre, e prefere lidar com o mínimo de nomes para a realização do álbum. Além dele, que compõe, canta, toca guitarra, baixo e teclados, temos Jeff Schroeder na guitarra (um colaborador já relativamente antigo) e Tommy Lee na bateria (sim, aquele do Mötley Crüe, que aqui contribui muito positvamente, aliás, ufa!), No total, de músicos, produtores a engenheiros de som envolvidos, temos apenas seis pessoas no time.

Embora ostente algumas letras inacreditavelmente ingênuas, é justamente o foco nesse amor imaturo (ao invés da raiva e da angústia usuais dos Pumpkins) que parece ter dado um novo fôlego à Corgan. Talvez valha dizer que Monuments to an Elegy, assim como Oceania, são pequenas amostras de um grande trabalho futuro, intitulado Teargarden by Kaleidyscope, inspirado no Tarô, e que pretende ser um álbum conceitual de 44 faixas. Talvez desse modo sua pequena duração faça mais sentido e, quem sabe, colocado num contexto mais amplo, o álbum se torne mais coeso. Assim, fora de contexto, parece algo genérico entre o Cherub Rock de Siamese Dream e os sintetizadores de Adore. Todavia, o início de uma retomada que dá esperanças aos fãs que acompanham o grupo “haja o que houver” (eu incluso).

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Autor:

é músico e escreve sobre arte