Resenhas

Paul Smith & Peter Brewis – Frozen By Sight

Representantes da música inglesa unem-se em um disco ambicioso

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Ano: 2014
Selo: Memphis Industries
# Faixas: 12
Estilos: Chamber Pop, Baroque Pop
Duração: 41:58
Nota: 3.5
Produção: David e Peter Brewis
SoundCloud: /tracks/175629984

Frozen By Sight é o resultado da colaboração entre Paul Smith, membro do quinteto britânico Maxïmo Park, e Peter Brewis, metade da dupla (também inglesa) Field Music. Esse “super duo” surge como o encontro de suas ideias bem diferentes da música feita na Terra da Rainha durante os anos 2000. De um lado, um representante do Indie Rock e do outro, um Prog Rock com tendências experimentais, ambas, que tiveram seu sucesso na época, mas que acabaram por se tornar obsoletas com a chegada da nova década.

O disco surge como uma espécie de fuga para os músicos. Um projeto em que podem largar suas pré-concepções sonoras e viajar dentro de musicalidades novas. Paul sai completamente de sua zona de conforto Indie para embarcar uma música orquestrada, grandiosa e altamente lírica. Peter, por sua vez, se encarrega dessa instrumentação, mantendo sim alguns elementos vistos nas progressões de sua banda, mas ao mesmo tempo se enveredando pelo Chamber Pop (o que deve agradar fãs de bandas como San Fermin e Gem Club).

E por falar em viagem, o disco narra de forma muito poética uma jornada ao redor do Globo, passando por locais como Los Angeles, Budapeste, Perth e Barcelona. Desta vez, Smith foca seu lirismo em lugares e não em pessoas, descrevendo, quase como uma crônica, suas experiências nesses lugares. Dono de letras bem arquitetadas e cheias de detalhes, não é difícil nos imaginarmos nestes cenários descritos pelo vocalista, que se torna quase um narrador. Em meio a essas descargas imagéticas, Brewis cria seus cenários musicais (incorporando pianos, violinos, contrabaixos, xilofones e outros elementos de percussão, sopros e cordas), que corroboraram para construir na cabeça do ouvinte as histórias contadas.

Aproximadamente 40 minutos depois do play, a ambiciosa viagem de Paul e Peter termina. O resultado é um disco que surge de um passo extremamente confiante de Smith em direção a terrenos Avant-Garde e mais um acerto na carreira de Brewis, que ainda contou com a ajuda de seu irmão, David, na produção.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts